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Mauro Beting: 'A primeira vez da voz do Allianz Parque'

Mauro Beting: 'A primeira vez da voz do Allianz Parque'

Não lembro quando conheci Marcos Costi. Mas como esquecer quando trabalhamos juntos pela primeira vez? Dia da Bandeira. Noite da inauguração do Allianz Parque. Eu era o mestre de cerimônias da nova arena. Ele, a voz do estádio do primeiro jogo há sete anos- até o último de 2021.

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A nossa primeira vez ocupando a mesma cabine do som da arena foi um texto em que representei a alma do Allianz, na inauguração, em 2014. Eu era o “estádio” falando com o elenco que se aquecia antes do jogo. Era essa a pretensão. Foi essa a mensagem.

Mas, sem pretensão, apenas coração, carisma e competência palestrina, foi o Costi desde então tudo isso. E muito mais palmeirense.

Pra sempre estará lá dentro da gente.

Nos 4 a 0 campeões da Copinha, fui ver o Costi depois do título, no Dom Xixo dele, com o melhor Moscow Mule paulistano. Onde meu caçula Gabriel teve a ideia de dar a vez por estas linhas para o primeiro jogo em que o Costi voltou a ser o que todos somos: uma voz na multidão que é Palmeiras.

Fala, Costi. Nossa voz.

“A sensação foi diferente, mas o sentimento é e sempre será o mesmo!

Foi a primeira vez que entrei no solo sagrado do Allianz, a nossa casa, e a primeira vez também que ganhamos esse título, que no fundo vale muito mais para revelar que para comemorar, mas se valeu pra nos atormentar até hoje, então vale também para nós atormentarmos.

Dizem que a primeira vez a gente nunca esquece. E como poderei esquecer a sensação ao pisar no estádio quase 12 anos depois da última para me juntar aos amigos, à família, e cantar e vibrar.

Como é bom a gente ser, saber e sentir esse amor tão incondicional!

Foi acolhedor, gostoso e altamente vitorioso.

Confesso que, por alguns momentos, me bateu uma tristeza. Por outras, uma nostalgia, em especial quando a torcida começou a cantar “Dá-lhe porco, seremos campeões MAIS UMA VEZ!”!

Um dos cantos mais ecoados nos anos 90, quando dali, no antigo Palestra, ao lado do meu pai, jamais imaginaria um dia sentar no espaço aberto das piscinas, onde hoje fica o Gol Sul.

Confesso, de forma inevitável, que por 4 vezes quis soltar a voz do fundo da alma pra gritar o bordão TÁ LÁ DEN TRO!!!

Talvez por egoísmo em achar, por um instante, que o lugar da locução fosse meu… Mas óbvio que não! Ele é do Palmeiras que me emprestou por 7 anos.

Aos pouquinhos vou deixando, desprendendo e seguindo a busca por algo que já e uma realidade. E a dor do desrespeito vai amenizando e dando espaço pra alegria de olhar e ver a história que fiz, ou melhor, que mudei.

Os bordões, os momentos e sobretudo o carinho das pessoas.

E assim vou indo, cuidando do mais importante, a minha biografia e reputação”.

Avanti, Costi. Arrepia, amigo. Como estava o seu braço na conquista da Copinha. Não só a foto não mente.

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