Opinião: ‘Palmeiras reencontra Boca Juniors, responsável por inaugurar Segunda Academia’

Verdão empatou com a equipe xeneize no dia 5 de fevereiro de 1972, primeiro dos 18 duelos com a histórica formação que marcou época do clube nos anos 1970

A Terceira Academia do Palmeiras eliminou o Deportivo Pereira, da Colômbia, e se garantiu entre os semifinalistas da Conmebol Libertadores pela quarta temporada consecutiva – igualando recorde do Santos de Pelé. Agora, os comandados de Abel Ferreira duelam contra o Boca Juniors, em confronto que põe frente a frente presente e passado.

Foi justamente contra o Boca Juniors que o Palmeiras entrou em campo pela primeira vez com a escalação mais famosa de sua história, a da Segunda Academia. O jogo, válido pelo Torneio de Verão disputado em Mar del Plata-ARG, terminou com empate em 1 a 1, e marcou o início de uma era vitoriosa do clube.

Leão, Eurico, Luís Pereira, Alfredo e Zeca; Dudu e Ademir da Guia; Edu, Leivinha, César e Nei entraram perfilados como titulares no duelo realizado no dia 5 de fevereiro, em La Plata. Dois dias antes, em 3 de fevereiro, os 11 já haviam atuado juntos, mas com Polaco iniciando a partida e Eurico entrando no lugar do veterano e atuando somente parte do jogo.

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A escalação, que se repetiu somente em 18 oportunidades entre 1972 e 1974, jamais saiu de campo derrotada. Segundo dados extraídos do livro ‘Almanaque do Palmeiras’, escrito pelos jornalistas Mário Sérgio Venditti e Celso Unzelte, são oito vitórias e dez empates. Foram 29 gols marcados e dez sofridos.

Tendo esse time como base e marcado pela regularidade e estilo de jogo único e ‘acadêmico’, a equipe não conseguiu repetir a escalação muitas vezes, mas marcou época com os 11 titulares e peças chaves que saiam do banco de reservas e substituíam os titulares com a mesma magia. Nomes como Nelson, Minuca, Jair Gonçalves, Pio e Ronaldo são exemplos de suplentes ídolos daquela geração.

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Ao longo dos quatro anos de Segunda Academia (1972-1975), o Verdão venceu duas edições do Campeonato Brasileiro (1972 e 1973) e duas edições do Campeonato Paulista (1973 e 1974). Além das grandes taças, faturou também títulos internacionais que eram valorizados, como o Ramón Caranza (1974 e 1975), batendo o Real Madrid na Espanha.

O técnico palestrino daquele jogo diante do Boca e durante toda a Academia era o lendário Oswaldo Brandão. No entanto, no jogo de debute da mágica escalação, o Palmeiras errou muitos passes e não fez bom jogo. Finalizou mais vezes (16), mas levou o gol xeneize aos 25, de Peracca.Luis Pereira, empatou já nos minutos finais – um dos 36 gols do zagueiro mais artilheiro da história do Verdão, que está perto de ser superado por Gustavo Gómez, ícone da geração atual.

A Terceira Academia, que vive desde 2020 e segue sem data de validade para acabar, já ergueu nove troféus. Com Abel Ferreira e Vanderlei Luxemburgo, que iniciou a montagem do elenco vencedor, foram três edições de Campeonato Paulista (2020, 2022 e 2023), duas CONMEBOL Libertadores (2020 e 2021), uma Copa do Brasil (2020), um Campeonato Brasileiro (2022), além de uma Recopa Sul-Americana (2022) e uma Supercopa do Brasil (2023).

Abel Ferreira, assim como Oswaldo Brandão há 50 anos, quebra recordes e se tornou um dos maiores treinadores da história do clube. O português está junto com Vanderlei Luxemburgo como segundo comandante com mais títulos pelo clube (8) – ambos ficam atrás apenas de Brandão, que tem 10 títulos.