Arquivos tag-Ronaldo - Nosso Palestra https://nossopalestra.com.br/assunto/tag-ronaldo/ Palmeirenses que escrevem, analisam, gravam, opinam e noticiam o Palmeiras. Paixão e honestidade. Thu, 23 Jul 2020 17:20:45 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.2 Ronaldo do Derby https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/ronaldo-do-derby/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/ronaldo-do-derby/#respond Wed, 10 Jun 2020 12:05:40 +0000 https://nossopalestra.com.br/2020/06/10/ronaldo-do-derby/

Por motivos de força menor ontem não consegui atualizar aqui. Quase não atualizo meus blogs. Quase não faço televisão e nem rádio. Quase não consigo fazer as lives. Quase não consigo nada. Não era doença. Mas era contagioso. Deu um vazio tão grande que encheu tudo de nada. Perigoso como a pressão alta do fardo. […]

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Por motivos de força menor ontem não consegui atualizar aqui. Quase não atualizo meus blogs. Quase não faço televisão e nem rádio. Quase não consigo fazer as lives. Quase não consigo nada. Não era doença. Mas era contagioso. Deu um vazio tão grande que encheu tudo de nada. Perigoso como a pressão alta do fardo.

Não era para começar assim falando do Ronaldo Drummond campeão brasileiro pelo Galo em 1971, bicampeão pelo Palmeiras em 1972-73, e da Libertadores de 1976 pelo Cruzeiro.

Mas a partida dele também ajudou a encher de vazio o dia. E lembrar algo que o meu trabalho diário e prazeroso no Esporte Interativo, Jovem Pan, Revista Corner, Nosso Palestra, Torcedores.com, documentários, livros, lives, exposições e museus tenta fazer todo o dia.

Contar história.

Quem vive de passado é quem tem história. Foi quem em 22 de dezembro de 1974 fez o gol do título paulista da Academia. A conquista que evitou a primeira do rival em 20 anos.

O gol eterno de Ronaldo Drummond que agora chega à eternidade aplaudido como o primeiro palmeirense da Eterna Academia. Recebido pelo artilheiro Heitor, pelos bustos Junqueira, Fiúme e Oberdan. Por tanta gente que partiu e que partidas!

Pelo meu pai lá no canto do céu abrindo um vinho celestial e contando de novos todas aquelas histórias tão novas de tão velhas. Aquelas estórias que não foram bem assim. Aquelas que nunca de fato aconteceram aqui.

Mas que ficam pra sempre. Como um voleio numa tarde feia de tão linda no Morumbi. Um gol em que ele celebrou ajoelhado. Como milhões dos nossos que venceram. Como mais milhões dos deles que de novo não venceram.

Mas estavam todos de volta na segunda ao batente. Como estou de volta hoje para falar da partida de um cara que não precisa partir pra gente celebrar todo dia.

Para lembrar todos os dias duros que quando se tem aquela tarde para lembrar, tudo passa. Quantos se tem o amor no peito, até quando ele está vazio, é só olhar ao lado, dormindo em seu ombro como um anjo, que o amor vence tudo.

O amor Palmeiras.

Não só um substantivo mais do que próprio. Um verbo abundante.

A melhor definição de amor.
Do meu amor.

Força e luz à família de Ronaldo. Um Drummond mineiro que não fazia poesia. Mas para quem é verde fez muito mais em prosa e Palmeiras.

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Especial BR-72 – o primeiro triunfo: Vitória 0 x 3 Palmeiras https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/especial-br-72-o-primeiro-triunfo-vitoria-0-x-3-palmeiras/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/especial-br-72-o-primeiro-triunfo-vitoria-0-x-3-palmeiras/#respond Sat, 14 Sep 2019 17:16:00 +0000 https://nossopalestra.com.br/2019/09/14/especial-br-72-o-primeiro-triunfo-vitoria-0-x-3-palmeiras/

O jogo era na Bahia. Mas o resultado mais importante naquela mesma noite foi no Rio de Janeiro. Sessão no STJD para julgar o centroavante César Maluco. Ele havia sido punido no TJD da FPF com 7 meses de suspensão, acusado de ter agredido com um pontapé o árbitro Renato Braga, em partida contra o […]

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O jogo era na Bahia. Mas o resultado mais importante naquela mesma noite foi no Rio de Janeiro. Sessão no STJD para julgar o centroavante César Maluco. Ele havia sido punido no TJD da FPF com 7 meses de suspensão, acusado de ter agredido com um pontapé o árbitro Renato Braga, em partida contra o XV de Piracicaba, pelo SP-72.

A decisão foi mantida no tribunal da CBD.

César só voltaria a atuar em abril de 1973 pelo Palmeiras (com quem ainda não havia celebrado o novo contrato).

“Não tem problema, não. Em abril eu volto. Mas mesmo eu não jogando, pode anotar aí: vai dar Verdão no Nacional”!

Profético.

Os advogados do Palmeiras não conseguiram reduzir a pena do goleador. Tentaram até usar um videoteipe da agressão para inocentá-lo. Mas a prova de vídeo não foi aceita pelo STJD.

(Outros tempos. Ou os mesmos de sempre).

O Palmeiras já havia voltado segunda-feira do Paraná com a bola murcha depois da derrota para o Coritiba, na estreia do BR-72. A primeira em jogo oficial desde dezembro de 1971!

Não tinha tempo para tempo ruim. Terça-feira teve voo para Salvador. Quinta à noite teve jogo na Fonte Nova contra o Vitória de um ponta-esquerda endiabrado. Genial e genioso que em 1984-85 jogaria muito pelo Palmeiras: Mário Sérgio.

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Dudu seguia fora do time pelas costelas quebradas na decisão do Paulista. César suspenso. Mas Ronaldo pôde estrear no BR-72. Ele tinha sido campeão em 1971 pelo Atlético Mineiro. Seria bi em 1972 pelo Palmeiras. E ele seria tri com o bi alviverde em 1973.

Com a entrada de Ronaldo na ponta-direita recuperado de lesão, Edu foi para o banco. O talismã Fedato seguiu como centroavante.

Mas Edu Bala, desde que chegara da Portuguesa em 1969, não podia ficar de fora da equipe. Veloz, driblador, objetivo e com uma bomba na perna direita, sempre cavava um lugar na equipe. A dribles e gols.

Fedato e Ronaldo justificaram as escolhas de Brandão no primeiro tempo. Na primeira bola, Fedato fez 1 a o Palmeiras, aos 25 segundos. Ele recebeu lançamento longo de Luís Pereira, matou no peito, e encobriu o adiantado goleiro Aguinaldo.

Aos 39, depois de pressão inócua do Vitória, Ronaldo aproveitou falha do zagueiro Valter e ampliou.

O time baiano criaria alguma coisa com o ótimo ponta Osni. Mas, aos 35, Luís Pereira avançou, passou por dois rivais e serviu Leivinha, que encontrou Edu para bater firme. 3 a 0.

Mais recuado, na função de Dudu, Ademir da Guia foi o maestro do triunfo.

VITÓRIA 0 x 3 PALMEIRAS
Campeonato Brasileiro/Primeira Fase
Quinta-feira, 14/setembro (noite)
Fonte Nova
Salvador (BA)
Juiz: Arnaldo César Coelho (RJ)
Renda: Cr$ 158 563
Público: 21 371
PALMEIRAS: Leão; Eurico, Luís Pereira, Alfredo e Zeca; Ademir da Guia e Madurga; Ronaldo (Edu), Leivinha, Fedato e Nei (Pio)
Técnico: Oswaldo Brandão
Gols: Fedato 1 e Ronaldo 39 do 1º; Edu 35 do 2º.

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Ha 43 anos por 21 https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/ha-43-anos-por-21/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/ha-43-anos-por-21/#respond Fri, 22 Dec 2017 15:20:21 +0000 https://nossopalestra.com.br/2017/12/22/ha-43-anos-por-21/

O reserva Jair Gonçalves cruzou da direita. Leivinha ganhou de cabeça do tricampeão mundial Brito – como ganha nas cabeçadas de qualquer brasileiro que vi jogar. Ele tocou para o substituto de César emendar de sem-pulo. 1 a 0. O mais decisivo Ronaldo dos Dérbis paulistas abriu o placar que só não foi maior por […]

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O reserva Jair Gonçalves cruzou da direita. Leivinha ganhou de cabeça do tricampeão mundial Brito – como ganha nas cabeçadas de qualquer brasileiro que vi jogar. Ele tocou para o substituto de César emendar de sem-pulo. 1 a 0. O mais decisivo Ronaldo dos Dérbis paulistas abriu o placar que só não foi maior por conta de um lance de gol mal anulado depois (e, sim, na origem do gol, Luís Pereira fez falta em Rivellino).

22 de dezembro de 1974. A segunda Academia ganhava seu segundo paulista em três anos. Em fevereiro daquele mesmo 1974 vencera o bi brasileiro. Em agosto ganhara o Ramón de Carranza na Espanha eliminando o Barcelona de Cruyff, Neeskens e Rinus Michels. Os caras que um mês antes encantaram o mundo na Copa da Alemanha com a Laranja Mecânica da Holanda. Mundial que talvez fosse diferente se Zagallo tivesse utilizado melhor os seis palmeirenses que convocou para a Copa de 1974.

Isso tudo e muito mais era a segunda Academia de Brandão. LeãoEuricoLuísPereiraAlfredoeZecaDUDUeADEMIRDAGUIAEduLeivinhaCésareNei. Rima que era seleção. Time que fazia um a zero e bastava. Ou nem gol precisava fazer para ser campeão. Como foi no SP-72. BR-72. BR-73.

Mas nem assim era o favorito para a imprensa. O campeão do turno estava 20 anos sem ser campeão. E ainda assim o alvinegro era o favorito. O campeão do returno vinha melhor. Vinha Palmeiras. E não era o favorito.

Não foi mesmo melhor no empate por 1 a 1 no Pacaembu, no primeiro jogo. Leão fechou o gol. No Morumbi, 100 mil alvinegros e uns 20 mil alviverdes encheram o estádio na tarde feia. Parecida com o 12 de junho de 1993. Em tudo.

Eram favoritos. Sairiam da fila contra o maior rival. E deixariam o adversário mais um ano na fila.

Tudo isso aconteceu. Mas teria de sair na sessão de ERRAMOS do jornal. Os vencedores foram outros. Ou quase sempre os mesmos nos Dérbis decisivos.

Só se o Palmeiras ficar 20 anos na fila e cair para o rival será possível devolver a derrota de 1974. Só se o Palmeiras deixar o adversário sair da fila de 16 anos para devolver 1993.

Ou só se um símbolo como Dudu desmaiar depois de uma falta cobrada por um gênio como Rivellino e logo depois reaparecer na barreira e dela só ser tirado por ordem do árbitro.

– Sai daí, velhinho. O Rivellino vai acabar te matando!

Não matou. Mas se preciso Dudu morreria pelo Palmeiras. Era Dérbi. É Palmeiras. É campeão há 41 anos. E contando.

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+9 dos 1000 clássicos paulistas (parte 7): Palmeiras 1 x 0 Corinthians, SP-74 https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/9-dos-1000-classicos-paulistas-parte-7-palmeiras-1-x-0-corinthians-sp-74/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/9-dos-1000-classicos-paulistas-parte-7-palmeiras-1-x-0-corinthians-sp-74/#respond Tue, 03 Oct 2017 19:17:33 +0000 https://nossopalestra.com.br/2017/10/03/9-dos-1000-classicos-paulistas-parte-7-palmeiras-1-x-0-corinthians-sp-74/

https://www.youtube.com/watch?v=gbvzKHFmadA Agora são 367 vitórias, 295 empates e 338 derrotas em clássicos paulistas, desde 1915. RelacionadasApós Paulistão, quarteto assume liderança de maiores campeões pelo PalmeirasVeja quando Dudu volta aos gramados pelo PalmeirasDudu é barrado pela FPF e não consegue entrar no gramado após título do PalmeirasO Nosso Palestra elenca 9 + para lembrar sempre: Data: 22/12/1974 Local: […]

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https://www.youtube.com/watch?v=gbvzKHFmadA

Agora são 367 vitórias, 295 empates e 338 derrotas em clássicos paulistas, desde 1915.

Nosso Palestra elenca 9 + para lembrar sempre:

Data: 22/12/1974

Local: Morumbi

Renda: C$ 2.311.658,00

Público: 120.522

Juiz: Dulcídio Wanderley Boschillia

Gol: Ronaldo (69’)

PALMEIRAS: Leão; Jair Gonçalves, Luís Pereira, Alfredo e Zeca; Dudu e Ademir da Guia; Edu, Leivinha, Ronaldo e Nei

Técnico: Oswaldo Brandão

CORINTHIANS: Buttice; Zé Maria, Brito, Ademir e Wladimir; Tião e Rivellino; Vaguinho, Lance, Zé Roberto (Ivan) e Adãozinho (Pita)

Técnico: Sílvio Pirilo

 

Palmeiras e Corinthians são um só corpo dividido em duas almas. Polos diferentes que se atraem por química, corpos diferentes que ocupam o mesmo espaço na física. São gente desta terra e da terra nostra que se distinguem na história. São paulistanos da Zona Oeste e da Zona Leste que se distanciam pela geografia. São tão diferentes que acabam sendo iguais.

 

Eles não se odeiam. Respeitam-se. Como duelistas. Todo jogo vai ser dia de vitória. Ou melhor: de derrota. Do outro. O importante não é vencer. O que vale é o outro perder. Um não vive sem o outro. Um morre, se o outro vive.

 

O Dérbi é eterno. Para o alviverde, ainda mais. A vitória no Paulista de 1974 só pode ser devolvida se o Palmeiras ficar 20 anos na fila e perder um campeonato para o Corinthians. A de 1993, a mesma história. Só se o Corinthians terminar com 16 anos de jejum contra o Palmeiras poderá celebrar algo tão histórico como o Dia dos Namorados de 1993.

 

Em 1974, o torcedor palmeirense (em esmagadora minoria) deixou o estádio tricolor cantando “Zum, zum, zum, é o 21”. Não era campanha de empresa telefônica. Era mais um ano de fila corintiana. Zumbido que ficou pelo Morumbi aos 24 minutos do segundo, quando o mais importante Ronaldo do Dérbi marcou o gol da vitória – na mesma meta de fundo onde Evair bateria aquele pênalti, onde Marcos defenderia aquele pênalti… Zumbido que ficou na orelha de Dudu, que desmaiou ao receber uma bolada no rosto em cobrança de falta de Rivellino. Dudu que voltou em seguida à barreira, para ajudar a terminar a passagem do Reizinho do Parque São Jorge.

O primeiro Dérbi pelo título de 1974 acabou 1 a 1, no Pacaembu. O decisivo foi visto por quase 120 mil torcedores. Quase 110 mil corintianos viram a Segunda Academia de Dudu e Ademir da Guia controlar o jogo, o tempo e o rival. Rivellino foi marcado até por Leivinha e pouco jogou. Luís Pereira limpou a área com Alfredo, enquanto Jair Gonçalves (substituto do lesionado Eurico) deu pouco espaço a Adãozinho, na lateral direita.

Na segunda etapa, o Palmeiras fez o que sabia mais que ninguém – e que muita gente da imprensa parecia não saber ou ter esquecido de tanto que o Corinthians foi considerado favorito. O time de Oswaldo Brandão era base da Seleção. Muito melhor, mais entrosado e menos estressado que o rival pressionado. Fez o gol no ritmo de Ademir, que mal celebrou a vantagem. Parecia que da Guia sabia o que vinha pela frente. Sempre soube.

O Palmeiras segurou a bola, teve um gol mal anulado de Ronaldo e fez mais uma festa contra o rival que só seria campeão quando Ademir parou de jogar, em 1977.

(Já contamos 7 clássicos. Faltam 2)

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107 anos do nosso rival há 100 https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/107-anos-do-nosso-rival-ha-100/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/107-anos-do-nosso-rival-ha-100/#respond Fri, 01 Sep 2017 07:11:53 +0000 https://nossopalestra.com.br/2017/09/01/107-anos-do-nosso-rival-ha-100/

Para ganhar no futebol é necessário que alguém perca. É assim. Não basta apenas amar os nossos. Temos de não gostar dos outros. Até porque, algumas vezes, são eles que nos dão alegrias quando não conseguimos produzir os nossos próprios momentos de glória. RelacionadasAbel Ferreira se responsabiliza por má fase de Raphael Veiga no Palmeiras: […]

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Para ganhar no futebol é necessário que alguém perca. É assim. Não basta apenas amar os nossos. Temos de não gostar dos outros. Até porque, algumas vezes, são eles que nos dão alegrias quando não conseguimos produzir os nossos próprios momentos de glória.

Saudar os 107 anos do maior rival há 100 é dever esportivo e prazer histórico. Temos 1974 razões para enfileirar emoções. 1993 motivos repetidos 1993 vezes. Bisados 1994. 1999, 2000 lembranças. 2015 orgulhos. Para não falar de 1986, 1951. Oito em 1933 ou 800 reclamações alheias.

Nossa alegria é ainda maior por tudo de maravilhoso que nos aconteceu contra “eles”. E todos sabemos quem são “eles” e quem somos “nós”. Os que deixamos os rivais mais um ano na fila, em 1974. Os que nos deixaram sair da fila, em 1993. Eles só poderão devolver o gol de Ronaldo se nos deixarem 21 anos na fila. Eles só poderão devolver os gols de Evair se saírem de 16 anos de fila contra a gente.

Além disso, e nem precisaria citar os marcos penais de nosso São Marcos, não são muitas as vitórias decisivas deles. Grandes e brilhantes corintianos têm jogos menores como os Dérbis deles. Celso Unzelte cita um 3 a 0 em 1978, que nem para a final estadual levaria. Juca Kfouri lembra a virada por 4 a 3 de 1971. E nem vice eles seriam.

Em São Paulo, verdes e negros só têm uma cor em comum. A branca. A da paz. A da bandeira que deve ser erguida sempre por treinadores, atletas, jornalistas e torcedores de bom coração. De enorme emoção para aguentar o clássico que desde 1917 para a cidade. Dérbi para corintianos e palmeirenses não se entenderem nem no número. Cada clube faz uma conta diferente para a estatística. Como o torcedor conta cada clássico do jeito que viu. Se é que viu. Se é que consegue contar o que estas linhas também não saberão.

Palmeiras e Corinthians são um só corpo dividido em duas almas. São pólos diferentes que se atraem por química, são corpos diferentes que ocupam o mesmo espaço na física. São gente desta terra e da terra nostra que se distinguem na história. São paulistanos da Zona Oeste e da Zona Leste que se distanciam pela geografia. São tão diferentes que acabam sendo iguais.

Eles não se odeiam. Respeitam-se. Como duelistas. Todo jogo vai ser dia de vitória. Ou melhor: de derrota. Do outro. O importante não é vencer. O que vale é o outro perder.

Um não vive sem o outro. Um morre se o outro vive. Mas ninguém precisa morrer no duelo onde quem é realmente vivo o vive intensamente. A rivalidade exige o adversário em pé, ainda que derrubado. A graça do clássico é a celebração dupla, da própria vitória, da derrota alheia. Sei que é menor, é mesquinho, é egoísta não se satisfazer apenas com o próprio sucesso, e torcer pelo fracasso alheio. Mas esse é o homem. Ser tão imperfeito e emocionante como um jogo de futebol que premia fracos, que derrota justos, que iguala desiguais. Sobretudo num clássico.

Corinthians e Palmeiras cresceram juntos, tiveram muitos filhos, e seguem prósperos, apesar de alguns filhos pródigos, impróprios ou infelizes. Seguem fazendo lindo esse casamento jamais consumado. Sempre negado. Mas que a bola sabe que esses dois viverão juntos para sempre. Porque esses amores não morrem. Nem podem matar.

É só o que queremos. Um clássico numa tarde de sol. Uma vitória para contar aos filhos, que contarão aos netos aquilo que realmente conta: um jogo que vale por uma vida, e não uma vida colocada em jogo por uma cor.

Parabéns, Corinthians. Nossa vida não seria tão feliz sem um rival como vocês. Da nossa família para o seu bando, muito obrigado pela parceria

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