(Foto: Reprodução)

Cléber, o xerifão palmeirense da década de 90, revelou que já recebeu uma proposta do Corinthians enquanto ainda defendia as cores do Palmeiras. A confissão se deu em live no canal do YouTube do Nosso Palestra, quando o ex-zagueiro comentava o desmanche ocorrido no time do "ataque dos 104 gols" após o Paulistão de 1996. De início, ele mencionou apenas uma conversa com o Kashiwa Reysol (JAP):

“Era difícil (manter o time completo), porque as propostas apareceram. Eu também nunca comentei, mas eu tive proposta do Kashiwa Reysol pra poder sair, pro Japão. Eu tinha um documento, que se chegasse um clube e pagasse X valor, eu poderia sair, e o Kashiwa apareceu."

O ex-atleta continuou sua fala dizendo que as ofertas não vieram só do Japão, mas também do maior rival do Verdão:

"E nesse intervalo, eu nunca comentei, mas o Corinthians queria cobrir a proposta do Kashiwa Reysol. O Dualib (presidente do Corinthians à época). Eu não quis nem conversa, porque eu já tinha uma história dentro do Palmeiras, então eu falei ‘Corinthians nem pensar’."

Após sua decisão de permanecer no alviverde, Clebão foi campeão da Copa do Brasil (1998), Mercosul (1998) e a tão comemorada Libertadores da América (1999).

ASSISTA AO BATE-PAPO COMPLETO DO NOSSO PALESTRA COM CLEBÃO:

(Foto: Arquivo Uol)

Na live desta quinta-feira (28), no canal do Nosso Palestra no YouTube, o jornalista Mauro Beting fez a seguinte pergunta ao lendário zagueiro palmeirense Cléber, o convidado da noite:

“Clebão, você é o único, o ÚNICO entrevistado com quem eu falo (entre jogadores, treinadores, torcedores, presidentes e dirigentes) que reiteradas vezes fala muito mais "Sociedade Esportiva Palmeiras" do que ‘Palmeiras’. Por que você fala Sociedade Esportiva Palmeiras mais do que ‘Palmeiras’, Clebão?”

A resposta que veio em seguida não precisa de qualquer descrição:

“Então, Mauro, eu falo porque eu conheço a história, né? (Fiquei no clube) durante 6 anos e 3 meses, eu conheço a história la de trás, procuro me informar desde muito tempo. Um time de imigrantes italianos, sofreu uma opressão muito grande, passou por muitas dificuldades, teve que mudar o nome… Então é um pouco do conhecimento da história, pelo carinho e pela gratidão. As minhas filhas nasceram em São Paulo, nasceram no Palmeiras. O Palmeiras foi correto demais comigo, é um negócio fora do normal. E olha que eu tava na Espanha… Poxa, e o Palmeiras foi lá e me buscou e foi correto comigo do começo ao fim. Até hoje, poxa, o Palmeiras esteve aqui (em Orlando, no início de 2020), a diretoria me convidou pra ir no hotel, pra poder estar jantando com os atletas atuais, jantei lá com a diretoria, com o presidente, enfim… Cara, isso não tem preço. Então repito: À Sociedade Esportiva Palmeiras eu tenho muito mais a agradecer, por tudo o que ela fez por mim. E eu acho que é recíproca, essa gratidão, que pra mim é eterna. Pra mim é eterna.”

Nada mais a acrescentar.

Assista à declaração de Clebão:

https://youtu.be/PRUBssHrIRA

Quatro gols de cabeça e os primeiros gols dos atacantes palmeirenses em 9 jogos oficiais em 1999. Uma baita estreia internacional na segunda rodada da Libertadores. Em Assunção, Cerro 2 x 5 Palmeiras. Verdão 100% na semana duríssima: 1 x 0 no Morumbi, contra o Corinthians, no sábado, na primeira rodada da Libertadores; goleada na quarta-feira contra o Cerro; e, na sexta-feira, tinha Olimpia, novamente no Paraguai.

O Palmeiras começou melhor e quase fez de cabeça, com Evair, no primeiro ataque. Mas, aos 14, Fernández tropeçou depois de passar por Júnior Baiano e o árbitro chileno Mario Sánchez marcou o pênalti inexistente que Alvarenga converteu.

O time de Felipão era cascudo e curtido e não sentiu. Arce quase fez gol olímpico aos 24, mandando a bola na trave. Aos 40, o empate justo que merecia ser o gol da vantagem não fosse o pênalti mal marcado: mais uma vez Júnior avançou bem pela esquerda e cruzou no segundo pau. Júnior Baiano se atirou de peixinho e, quase sem ângulo, empatou e cabeça. 1 a 1.

A virada mais do que justa veio no segundo tempo em que o Palmeiras estava ainda melhor. Cléber de cabeça, aos 7, escorando escanteio de Júnior. O terceiro veio em bela cabeçada de Evair, encobrindo o goleiro depois de boa jogada de Alex, aos 22. A goleada pintou aos 25, quando Júnior Baiano nem precisou subir de cabeça para fazer o quarto, depois de escanteio de Arce.

Se a cabeça estava tinindo na frente, lá atrás o Palmeiras bateu cabeça e deixou Jorge Campos subir livre para diminuir, aos 31.

O time resolveu administrar a ótima vantagem e mesmo assim fez o quinto gol, aos 44, em trama muito bonita, concluída pelo Oséas.

Rio-São Paulo, Paulistão, Copa do Brasil e Libertadores no primeiro semestre de 1999. Felipão pretendia diminuir o absurdo calendário de então – muito pior que o de hoje. Os titulares tiveram menos de um mês de férias e voltaram a campo menos de suas semanas depois da volta aos treinos.

No jogo do dia seguinte em Manaus contra o São Raimundo, pela Copa do Brasil, o Palmeiras pretendia cancelar a partida de volta, em São Paulo – desde que vencesse por dois gols de diferença. Para isso escalaria o melhor time possível. Velloso, de contrato renovado, voltava à meta. Alex e Jackson disputavam um lugar no meio-campo. Na zaga, Rivarola ainda estava sem condições ideias de jogo. Cléber (FOTO) e Roque Júnior seguiam fora de ritmo.