Arquivos tag-crônica - Nosso Palestra https://nossopalestra.com.br/assunto/tag-cronica/ Palmeirenses que escrevem, analisam, gravam, opinam e noticiam o Palmeiras. Paixão e honestidade. Thu, 26 Aug 2021 20:32:13 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.2 Marina Barrios: ‘O que o Palmeiras me ensinou’ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/colunas/marina-barrios-o-que-o-palmeiras-me-ensinou/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/colunas/marina-barrios-o-que-o-palmeiras-me-ensinou/#respond Thu, 26 Aug 2021 19:00:00 +0000 https://nossopalestra.com.br/?p=44080

A mudança brusca de emoções foi tão grande que em todos esses momentos eu travei em tela azul, voltando à realidade verde após o gol do Patrick de Paula, no apito final do árbitro Esteban Ostojich ou quando vi Breno correr perdido em pleno Maracanã

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Entendi a importância do Palmeiras para a minha vida aos quase 4 anos de idade, durante a final da Libertadores de 1999. Apesar da pouca idade, lembro do meu pai indo para o nosso Logus verde, de olhos fechados e ouvindo música no último volume em seu fone de ouvido, enquanto a disputa por pênaltis passava na televisão. Depois da cobrança perdida por Zapata, minha mãe foi avisá-lo de que o melhor havia acontecido.

Vendo aquela cena, me questionei sobre o que era essa coisa que fazia meu pai se isolar no carro, fugindo de qualquer comunicação e, logo em seguida, estar pulando e chorando de tanta alegria. Eu não sabia o que era e nem porque o rapaz ter errado aquele chute era motivo de felicidade naquela noite. Hoje, passados mais de 20 anos desse dia, eu sei o que é.

Era o Palmeiras.

Acho que não vou encontrar um jeito de desvencilhar quem sou do que sinto pelo Palmeiras pois, apesar dos percalços, das tristezas, dos momentos de raiva, foi esse sentimento que ajudou a formar da minha personalidade, influenciou minhas escolhas, até mesmo as profissionais, e me deu sensações preciosas.

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Todo palmeirense lembra onde estava no primeiro rebaixamento, no segundo e no quase, justo no ano do centenário, e sabe exatamente o que sentiu quando Prass bateu o pênalti da final no ano seguinte. Das conquistas recentes, ainda deve ter torcedor tentando entender o que aconteceu dentro de si durante aqueles segundos finais do Paulista 2020 ou enquanto a bola voava ao encontro de Breno Lopes, para pintar a América de verde pela segunda vez.

E eu me incluo nisso. A mudança brusca de emoções foi tão grande que em todos esses momentos eu travei em tela azul, voltando à realidade verde após o gol do Patrick de Paula, no apito final do árbitro Esteban Ostojich ou quando vi Breno correr perdido em pleno Maracanã.

Nesse 26 de agosto, além dos 107 anos do Palmeiras, celebro os ensinamentos que esse clube me ofereceu até aqui. Aprendi, antes de tudo, sobre a nobre história desse time, suas divinas Academias e as merecidas conquistas do passado. Agradeço as belas vitórias, que rendem uma série de elogios e aquelas que, no melhor dos pleonasmos, ‘só termina quando acaba’, como uma classificação vinda da derrota para o melhor time sul-americano.

É dia de lembrar das defesas previsíveis e os gols salvos que apenas um santo como São Marcos seria capaz de conceder. Os gols dignos de fotografia emoldurada e aqueles que saem num bate e rebate na área. Agradeço até mesmo as derrotas que constroem o imaginário e formam caráter de quem daria a vida para ser campeão. Esses momentos marcaram a minha vida, pelo bem ou pelo mal, e sei que os levarei comigo ao longo dos anos até que a memória e saúde me permitam.

A gente não nasce sabendo para qual time de futebol vai torcer. Mesmo que te vistam com o uniforme do clube para sair da maternidade, registrem todas as vezes em que usar a camisa ou façam aniversários decorados com as cores desse time, nada garante que você vai seguir gostando dele para sempre. Quis o roteiro da minha vida que as táticas do meu pai funcionassem, me tornando palmeirense e apaixonada por esse time que vive para testar nosso coração.

Parabéns, Palmeiras, e Avanti, Palestra!

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Palmeiras na veia, a grande alma verde https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/palmeiras-na-veia-a-grande-alma-verde/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/palmeiras-na-veia-a-grande-alma-verde/#respond Sat, 30 Jan 2021 12:01:47 +0000 https://nossopalestra.com.br/?p=25093

A pessoa que me mostrava o futebol, que sentava e me convidava para ver todos os tipos de esporte, mas nenhum deles era igual o Palmeiras Para começar a conversa, essa é a alma mais verde que eu já conheci, acho que é assim que posso explicar essa pessoa. Desde pequena, cresci grudada com ele, […]

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A pessoa que me mostrava o futebol, que sentava e me convidava para ver todos os tipos de esporte, mas nenhum deles era igual o Palmeiras

Para começar a conversa, essa é a alma mais verde que eu já conheci, acho que é assim que posso explicar essa pessoa. Desde pequena, cresci grudada com ele, falam que geralmente acontece quando as filhas são mulheres, parece que elas buscar ter mais tempo com o pai.

Nasci e cresci ao lado dessa alma verde, que, a cada dia mais, aumentava a minha paixão pelo esporte que é presente até hoje em nossa televisão e que me convida a sentar ao seu lado e assistir. Mas tudo era diferente quando era o Palmeiras.

Quando era o Palmeiras, o choro escorria, a risada e os xingos tomavam conta do ambiente, é com o coração que a alma verde, a minha alma verde, vive cada momento desse.

Minha alma verde é meu pai, é toda a minha inspiração e todo meu amor por esporte e jornalismo. Meu palmeirense é de sangue verde, descendente de italiano, daquele bem escandalosos, sabe? É, coitado dos vizinhos…

É o que cara que eu busco para tudo, fã do Mauro Beting, conhecedor e apreciador de todos os esportes que você possa imaginar, uma pessoa muito emocional e palmeirense de carteirinha, com todo seu louco amor.

Papai tem histórias engraçadas, boas histórias, que eram contadas com toda naturalidade em todos os churrascos de família. O palmeirense louco é tão louco que trabalhava durante o dia e pela noite, além da faculdade, mas sempre que podia, arrumava um tempinho para fugir e ver seu time.

A alma verde tomava conta do ambiente. O pai já quase apanhou também, aí você me pergunta o porquê e foi simplesmente por acertar um 5 a 0 do Palmeiras. Mas não foi básico não, o palmeirense acertou o placar, os jogadores que iam marcar e a ORDEM! Sim, até a ordem! Me fala se esse cara não é de sorte?

Papai é um colecionador de memórias, pergunta para ele qualquer coisa sobre o Palmeiras, está na ponta da língua para responder. Sempre falo que ele deveria ser comentarista ou escritor, são hobbies que carrega na vida. Mas não sei se saberia deixar de lado tão bem o seu Palmeiras.

A primeira Libertadores, 1999, eu não era nem planejada para nascer, vim ao mundo somente em 2001. Mas ele estava lá, comemorando e chorando, como sempre foi. A primeira e tão sonhada obsessão estava brilhando nos olhos dele. Agora, 21 anos depois, é até engraçado pensar que ele ainda fica arrepiado e chora por causa de 99, da primeira.

Meu pai sempre fica bravo por eu não me controlar vendo futebol, por eu ficar tão nervosa. Só que ele entendeu, em algum momento, o que isso significa, porque significou para ele. Após o sufoco contra o River, olhei para ele e só falou: “Eu nunca mais faço essa merda de novo”, acho que ele queria dizer sobre sofrer.

Logo depois, o sorriso já estampava o rosto e os olhos brilhavam de pensar. “A gente tá na final da Libertadores, vamos comemorar, para de chorar”, foi essa a ordem que escutei quando a ficha dele realmente caiu.

Pai já teve altos e baixos, sempre quando fica nervoso fala que não vai mais ao estádio, que não vai ver mais jogo e nem comprar camisa. Ele faz tudo diferente! A coleção de camisa é IMENSA, os copos? Nem se fala, tem TODOS do São Marcos, o seu maior ídolo. É meu sonho fazer papai conhecer o santo! Eu acho que eu não conseguiria falar, imagina ele, ia levar e já chamar a ambulância.

Em 2015, na Copa do Brasil, fomos furtados antes do jogo, ele entrou querendo cancelar tudo, falando que não ia mais gastar dinheiro com Palmeiras, que não ia mais ver jogos e muitas coisas. Quando o grito de campeão ecoava a sua garganta, o senhor Leandro esqueceu de todas as falas e só vivia aquele momento dentro do Allianz Parque, no gol sul. Viu de perto o Prass marcar.

Ah, e quase me esqueci, por falar em camisa ele tem aquela famosa de 1999, a da obsessão. Mas não é qualquer uma, é uma camisa autografada por ninguém mais que Evair, um cara que o palmeirense conhece só um pouco, né? Ficamos na fila do shopping esse dia, mamãe estava grávida e lá estávamos nos esperando para conhecer o cara de 99. Essa camisa é o xodó, ele não usa, ninguém pode mexer. A favorita eu não sei, pois existem muitas, mas a mais marcante, com certeza!

Papai é um palmeirense amado por todos, que fala sobre todos os times, mas até que alguém fale algo do seu Palmeiras. Desce a boa cerveja que a conversa vai ser longa e boa.

Conhecido como Fiori, o sobrenome bem famoso na Itália, ele não nega nenhum traço da sua alma e sangue esverdeados. O famoso Leandro Fiori, meu pai, é conhecido pelo seu fanatismo, pela sua sinceridade, amor e compaixão. É o exemplo que todo mundo quer ter.

Meu pai é o que chamo de famoso morde e assopra, ele sempre cobra o melhor, porque, como o próprio diz, vou ser a melhor. E a gente aprende a lidar com ele. O coração é o maior do mundo, é inspiração diária para seguir com tudo e é a força que vai estar do meu lado nessa Libertadores. Vinte e um anos depois, aos seus 41, eu ainda acho espetacular vê-lo chorar pelo seu time. Eu te amo e te dedico isso!

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Ontem https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/ontem/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/ontem/#respond Fri, 04 May 2018 13:17:18 +0000 https://nossopalestra.com.br/2018/05/04/ontem/

Faz dez anos. Eu tinha só 17. Daqui a pouco, antes que perceba, vou estar usando bengala e óculos fundo de garrafa. Pior: estarei contando a antiga piada do ‘pavê ou pá cumê’ pra família. E falando sobre Neymar, jogador já aposentado, para os netos. Relembrando a história de Rodrygo e Vinícius Júnior que – sei que parece […]

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Faz dez anos. Eu tinha só 17. Daqui a pouco, antes que perceba, vou estar usando bengala e óculos fundo de garrafa. Pior: estarei contando a antiga piada do ‘pavê ou pá cumê’ pra família. E falando sobre Neymar, jogador já aposentado, para os netos. Relembrando a história de Rodrygo e Vinícius Júnior que – sei que parece que não – um dia vão se aposentar. Véio, nóis, tio e tamo junto serão os supimpas de amanhã. “E aí, tio? Qualé o rolê de hoje, mano?”, iniciaremos dessa maneira as conversas com nosso netos. “Fica ligado, brou. Vamo fazê um corre, truta”, convidaremos assim, cheios de gírias, os pequenos para o jantar em 2068. O tempo corre.

 

Mas voltando ao passado: era 2008. Luxemburgo era o melhor técnico do Brasil. Tinha acabado de assumir o clube e contava com investimento. Montou um belo time e foi pra final do estadual. Eu estava no Palestra Itália com meu tio Carlos quando o Palmeiras ganhou da Ponte Preta e conquistou seu último título paulista. E goleada: cinco a zero. Sinto falta principalmente da rede do Parque. Pode parecer estranho, mas ver a bola entrando no gol antigo era meio que mágico pra mim. Também tenho saudade de como o estádio era aberto, das piscinas, dos cantos da torcida. O escudo atrás de uma das traves. O gramado estreito. O jardim suspenso.

 

Reconheço que o Allianz Parque é maravilhoso e tem tudo que as novas arenas precisam ter. É espaçoso, confortável, acústico, coberto. É aconchegante, moderno e imenso. Mas no Allianz Parque a bola jamais vai entrar com aquele encantamento: o encantamento infantil e adolescente. Quase que puro. No gol do Parque Antárctica também vivi meu sonho de jogar bola. Me imaginei chutando ali. Algumas vezes eu olhava um dos gols e ficava recordando: foi lá que Zapata bateu pra fora. Passou perto daquela trave. Fez esse caminho. Foi rasteira. Saiu. O Marcos correu pra cá, comemorando. Foi naquele lugar, depois, que Alex Mineiro foi artilheiro. Em 2008.

 

Eu olhei pra todos os cantos quando o Valdívia limpou todo mundo e venceu o goleiro Aranha. Cinco a zero. Foi a mesma reação quando tive o encontro com o Allianz, anos depois, em 2014, já como jornalista: olhei para todos os cantos. O time ainda comandado pelo Dorival Júnior foi lá treinar e conhecer a nova casa. Os jogadores entraram ao som do hino do Palmeiras. E eu me emocionei. Mas procurei e não achei o Palestra. Visualizei toda arquibancada e não me vi moleque ou adolescente por lá. Parecia que era outro local: mais bonito, mais moderno, mais espaçoso. Mas não parecia o Palestra. O Palestra das falsas promessas contratadas do interior, da fila, do fim da Parmalat. Tinha alguma coisa de diferente. Em mim e no lugar.

 

Meu avô nunca disse a palavra supimpa, mas adorava o time de 2008. Vimos juntos quase toda campanha. Chamava Valdivia de Valvidia. Nunca foi saudosista: chegou a achar, por exemplo, Alceu um grande jogador. Ele faleceu em 2013 e, portanto, não conheceu o estádio depois da reforma. Pensei nele quando vi o Allianz pela primeira vez. E também procurei por ele. Só fui encontrar hoje, dentro de mim, relembrando cada um dos cinco gols. O sorriso do meu avô estacionou naquelas redes antigas. E já faz dez anos.

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Prazer: eles são o Palmeiras https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/prazer-eles-sao-o-palmeiras/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/prazer-eles-sao-o-palmeiras/#respond Thu, 26 Apr 2018 01:50:08 +0000 https://nossopalestra.com.br/2018/04/26/prazer-eles-sao-o-palmeiras/

    Você quase perdeu a voz quando o goleiro perdeu a noção. Mas a bola também se perdeu depois de encontrar as costas de Keno e caprichosamente sair. Isso com apenas um minuto de jogo. Já era evidente: era você. Que não sentiu o barulho da Bombonera. Não ter medo faz parte da sua história. Você não se […]

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Você quase perdeu a voz quando o goleiro perdeu a noção. Mas a bola também se perdeu depois de encontrar as costas de Keno e caprichosamente sair. Isso com apenas um minuto de jogo. Já era evidente: era você. Que não sentiu o barulho da Bombonera. Não ter medo faz parte da sua história. Você não se calou. E propôs como se estivesse no Allianz. Esvaziou a casa deles nos instantes finais. Engoliu qualquer chance de ser eliminado na primeira fase da Libertadores. A mesma competição que foi você em 1999. E é a obsessão de tanta gente apaixonada. Que é tão parecida com você.

 

É impaciente como você foi em campo durante alguns momentos de 2018. E é desde 1914. Perde a cabeça, vai ao desespero, sangue quente. Xinga, briga, luta. Cobra, se desentende, instabiliza. Mas, assim como você, não desiste. Eis o principal elo entre Palmeiras e torcida: não desistir. E dribla junto gritando olé quando Keno finta o primeiro. O segundo. E o terceiro argentino que tenta impedi-lo. Você também é o silêncio deles – dos adversários – quando Marcos Rocha evita o lateral. Quando cruza. Quando Keno cabeceia. Quando Lucas Lima encobre. Quando eles cantam e vibram por você. Desesperadamente.

 

Quando Jaílson se estica. Quando a trave evita. Quando Diogo Barbosa é a aposta. A zaga amortece. Quando Felipe Melo desarma já armando. Bruno Henrique impede jogando apenas a bola. Quando Lucas Lima distribui. E Dudu escuta o que precisa e joga fora o que desestabiliza. Você é Borja correndo o que todos eles correram para ver o atacante chegar ao aeroporto. E, assim como você, Palmeiras, eles acreditam no colombiano. Mesmo quando a bola foge. O chute exclui. A canela rebate. O gol desaparece. O placar não reflete.

 

Gritam por você. Acreditam em você. Eles não se intimidam diante do canto adversário. Do eco argentino. Eram menor número. Mas e daí? São o Palmeiras. E não querem mais do que isso. Viram Tevez finalizar. Ábila desperdiçar. Pavón driblar. Rossi se apavorar. E continuaram firmes no ardor da partida.

 

Eles são o mundo em 51. A prosa e divindade de 60 e 70. A fé de 80. São a pressão de 90. A pressa por 93. A maravilha de 96. São a América de 99. O ressurgimento de 2003 e 2013. O desespero de 14. O reencontro de 2015 e 2016. O recomeço de 18. Eles são explosivos como o Palmeiras. São barulhentos e exigentes. Corneteiros e apaixonados. São supersticiosos como eu. Fazem de tudo. São esperançosos como eu sou.

 

Feliz o time que tem a esperança como cor.

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Lembranças de um neto qualquer https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/lembrancas-de-um-neto-qualquer/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/lembrancas-de-um-neto-qualquer/#respond Mon, 02 Apr 2018 16:20:34 +0000 https://nossopalestra.com.br/2018/04/02/lembrancas-de-um-neto-qualquer/

Futebol era de terça e quinta. Na última aula, com o pessoal da sala, a alegria era intensa. Eu chutava forte e essa era minha única qualidade. Mas nem precisava de muito: a quadra era pequena e quase não cabia nela meu sonho. O meu e o de todos aqueles moleques. O professor escolhia sempre […]

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Futebol era de terça e quinta. Na última aula, com o pessoal da sala, a alegria era intensa. Eu chutava forte e essa era minha única qualidade. Mas nem precisava de muito: a quadra era pequena e quase não cabia nela meu sonho. O meu e o de todos aqueles moleques. O professor escolhia sempre os dois ou três times e a brincadeira começava. Na escola fui artilheiro e perna de pau; fui bom goleiro e frangueiro no mesmo dia. A bola, claro, era figura fundamental nos sorrisos das crianças. E a bola nova tinha uma magia diferente: o cheiro, a textura, a cor.

 

Eu chegava em casa suado. Tinha bastante cabelo e era tigela: liso e esparramado. Meu uniforme molhado era o símbolo máximo e singelo de felicidade. Depois de almoçar ainda tinha espaço para jogar futebol na rua. Era o time da Elias Vitta contra o da rua de baixo. Um dos gols era a diferença física entre dois postes; o outro era o portão de um terreno do meu amigo, o Affonso. Lá quebrei vidros, ralei o joelho e machuquei alguns amigos. Naqueles dias, já faz mais de década, destruí lâmpadas e sujei portões. Meus avós puxavam minhas orelhas.

 

O paterno e o materno moravam quase no mesmo endereço. Um quarteirão separava as duas casas. E isso fazia com que eu frequentasse os dois lugares todos os dias. ‘Como foi hoje, Guigui?’, perguntava um deles. ‘Já aprendeu a chutar de esquerda’, questionava o outro. E a gente sempre se abraçava e a gente sempre ria. Um era palmeirense e o outro era corintiano. ‘Mas precisa estudar, hein? Não estão boas as suas notas’. Essa última era opinião unanime na família, seguida sempre pela tradicional ‘já sabe o que vai fazer na faculdade?’. E eu dizia: jornalismo, Yeye (apelido do avô materno). Jornalismo, Neneu (apelido do paterno). Falava com a certeza de um menino naturalmente cheio de incertezas.

 

Hoje cedo passei pela Rua Elias Vitta, onde minha avó ainda mora. Passei, de carro, pela lombada que eu era obrigado a driblar antes de chutar contra o portão da casa do Affonso. O guardinha da rua é o mesmo, mas o vizinho já se mudou e faz tempo. A vizinhança toda já não é a mesma. O próprio Affonso, meu grande amigo, foi para o interior. Só ficou a rua, com o concreto e a lembrança. Só restou o carinho daqueles tempos. É uma dor leve, mas que remete a um sorriso de canto de boca, sabe?

 

Meus avôs, já não mais nesse mundo, torciam muito pelos moleques da rua. Eles foram embora junto com o meu sonho de jogar bola profissionalmente. Foram de repente, do nada, assim como nosso time da Elias Vitta. E o time do clube. E o da escola. E foram com os abraços depois de todos os jogos.

 

Hoje sei o que quero ser quando crescer: quero ser o abraço deles – e como eles.

 

*Texto também publicado no iG

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Em terra de volantes, Keno é rei https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/em-terra-de-volantes-keno-e-rei/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/em-terra-de-volantes-keno-e-rei/#respond Mon, 26 Mar 2018 15:23:49 +0000 https://nossopalestra.com.br/2018/03/26/em-terra-de-volantes-keno-e-rei/

São Paulo e Corinthians entraram em campo, ontem, com surpresas nas equipes. Em busca de precaução, os dois técnicos escalaram muitos volantes no Morumbi. Consequência: futebol amarrado, sem criatividade ou encanto. Poucos dribles e muitos passes de lado. Arroz com feijão sem tempero, para somente matar a fome. Apenas um isolado gol no clássico. Nada que não seja comum […]

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São Paulo e Corinthians entraram em campo, ontem, com surpresas nas equipes. Em busca de precaução, os dois técnicos escalaram muitos volantes no Morumbi. Consequência: futebol amarrado, sem criatividade ou encanto. Poucos dribles e muitos passes de lado. Arroz com feijão sem tempero, para somente matar a fome. Apenas um isolado gol no clássico. Nada que não seja comum no pobre futebol brasileiro. Arriscar parece significar garantir no confuso dicionário nacional.

Um dia antes, no Pacaembu, o Palmeiras derrotou o Santos com um jogador novamente quebrando o paradigma. Keno, o sem medo, arriscou em fintas desconsertantes, de esquerda ou direita. Sambou e brincou. Keno, o garoto já quase veterano, ia e vinha demonstrando a coragem dos dribladores antigos. Dotado de talento, ele é pouco reconhecido no país e amarga o banco de reservas alviverde em muitas oportunidades.

Keno destruiu a marcação santista. Arrancando, gingando, passando o pé lá e cá. Keno, que não é craque, sobra porque não se apavora diante de brucutus, açougueiros e ameaçadores do drible. E o mais contraditório é que Keno, sujeito sério, não sorri. Repare: tem sempre a mesma cara. É o mesmo quando avacalha o adversário e quando perde a bola. Não esboça reação. Eis o principal problema do atacante nada midiático: se os outros gargalham vendo seus dribles, ele sequer ri de canto de boca. Jamais haverá uma criança dizendo ser ou querendo ser Keno.

Lucas Lima, jogador de passe, é mais reconhecido do que o ponta. Tem, claro, características diferentes: é do passe, da assistência, do último toque. E quase nunca dribla. Afinal, no Brasil, driblar virou uma espécie de crime lesa-pátria para entendedores e estudiosos das linhas de quatro. Driblar é desrespeito para alguns idiotas da obviedade. Todo e qualquer medíocre detesta o drible.

 E Keno, espécie de sabonete humano, ainda ousa driblar. Escorrega por todos os cantos do campo. Parece estar sempre liso. Quase não há quem segure o moleque pelas mãos. Escapa, expõe, humilha e brinca. É puro e sem pudor. O calado Keno fala driblando. E poucos hoje gostam de escutar e entender. Mas há, tenho convicção, algum remorso na cabeça dos escaladores defensivos. Estão matando a finta. Que Deus não perdoe os assassinos do drible.

 Certo é que, em terra de volantes, o franzino Keno – se não é rei – é sabonete. O drible respira.

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Texto também publicado no portal iG.

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Se eles estivessem vivos https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/se-eles-estivessem-vivos/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/se-eles-estivessem-vivos/#respond Fri, 09 Mar 2018 20:17:27 +0000 https://nossopalestra.com.br/2018/03/09/se-eles-estivessem-vivos/

  Diz o ditado que grandes personagens da história nunca morrem. E eu concordo, viu? Pode passar o tempo que for: dias, décadas e séculos que eles continuarão ali, firmes e fortes, nos livros e na memória. Hoje me peguei pensando como viveriam muitos deles em 2018. E trago relatos importantes de gringos que teriam forte relação […]

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Diz o ditado que grandes personagens da história nunca morrem. E eu concordo, viu? Pode passar o tempo que for: dias, décadas e séculos que eles continuarão ali, firmes e fortes, nos livros e na memória. Hoje me peguei pensando como viveriam muitos deles em 2018. E trago relatos importantes de gringos que teriam forte relação com o Palmeiras. Vou avisando: é surpreendente, revelador e chocante.

Dom João Sexto, por exemplo, seria palmeirense. Hoje com 251 anos, ele já teria abandonado (há tempos) o brega número romano VI. “Nada de VI, ora pois. É sexto. Sexxxxxxto. Ixcrito”, falaria, engasgando entre coxas de frango que devoraria ferozmente. Seria contra a construção do Allianz Parque e o principal amigo da ala conservadora do Palestra. Membro do Conselho, iria aos aniversários do clube e guardaria os  brigadeiros e beijinhos no bolso da calça, para comer depois. E ainda conservaria, como nos velhos tempos, um masturbador particular, mesmo se o pinto falhasse. Seria próximo de Michel Temer (principalmente perto das eleições).

Marilyn Monroe também torceria para o Verde. Aos 92 anos, com tudo em cima, seria musa do clube. Depois de largar a bebida e os Estados Unidos, Marilyn abriria uma igreja evangélica para competir com titio Val. Viraria muito amiga de Raul Seixas e, com ele, montaria uma banda para tocar aos domingos (quando não tivesse jogo do Palmeiras, óbvio). Metamorfose ambulante, mas em versão americana, explodiria nas rádios do mundo. Marilyn já não concordaria com a própria frase, dita quando jovem: ‘A imperfeição é bela, a crazy é genial e é melhor ser absolutamente ridículo que absolutamente boring’. Adaptaria em portuglês joelsístico

Se tivesse mais um tempinho de vida, nosso eterno Roberto Bolaños, o Chaves, teria vindo para alguma vila da Mooca. Seria América-México e Palmeiras. Estudaria os tristes anos 80 do Verdão e falaria: ‘Ninguém tem paciência comigo, belo. Isso, isso, isso, meu’, com sotaque mooquense, dando chutes característicos de esquerda e direita. Às vezes misturaria o castelhano na coisa: ‘Meeeeeeeu, ya llegó el disco voador’. Em outro momento: ‘Pi, pi, pi, pi’, choraria ao relembrar a gestão Tirone. Bolaños teria 89 anos. Seria o principal crítico de Juninho e Fabiano. ‘Esse é de laranja, que parece limão, mas tem gosto de tamarindo’, comentaria sobre o preço pago pelos dois, discutindo o talento de ambos.

E, por fim, John Lennon. Lennon seria muito palmeirense. Teria feito excursão pelo Brasil e cantado no antigo Palestra Italia, lá pelos anos 90. Hoje com 78 anos, daria aula de música e teria montado uma faculdade. Cantaria com Roberto Carlos nos finais de ano da Globo. Para surpresa geral, apareceria em 2018 ao lado de Anitta, mandando um ‘vai, malandra’. Gravado, claro. Porque sempre se enrolaria na hora de gravar a parte ‘desce, rebola gostoso, empina me olhando e te pego jeito’. Já reparou como gringo não consegue falar a palavra ‘jeito’? Yoko Ono seria torcedora do Bragantino, mas não me pergunte o motivo. Daria encrenca durante o Campeonato Paulista.

Sem falar no árabe Mustafá que, se estivesse aqui, teria quase 80 anos. Ops. Error 404.

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Que sonho assustador! https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/que-sonho-assustador/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/que-sonho-assustador/#respond Mon, 22 Jan 2018 10:21:05 +0000 https://nossopalestra.com.br/2018/01/22/que-sonho-assustador/

Preciso compartilhar o meu sofrimento. Essa noite foi terrível. Tive um pesadelo duro e uma sequência de fatos que me deixou apavorado, encolhido e desesperado. Estou tremendo até agora. Tudo começou quando – no meu sonho – eu entrei no antigo Palestra Itália. Ele estava vazio. Logo na porta, fui recebido por Rosembrick. Eu dei bom […]

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Preciso compartilhar o meu sofrimento. Essa noite foi terrível. Tive um pesadelo duro e uma sequência de fatos que me deixou apavorado, encolhido e desesperado. Estou tremendo até agora. Tudo começou quando – no meu sonho – eu entrei no antigo Palestra Itália. Ele estava vazio. Logo na porta, fui recebido por Rosembrick. Eu dei bom dia e Rosembrick me respondeu, furioso: ‘Bom dia o cacete, moleque. Meu nome é Rosembrick José Bezerra de Lira. Quem é você pra me chamar com essa intimidade?’.  Já comecei a achar estranho.

De repente, quando pisei o pé direito no antigo estádio depois de muitos anos, começou a correria. Rosembrick veio pra cima de mim e você manja, né? Rosembrick só sabia correr. Mas eu corria mais, por incrível que pareça. E me livrei. Quando menos esperava, no entanto, do outro lado do campo, Edmilson Canhão do Pantanal apareceu e começou a tentar me atingir com suas bombas, chutes de todos os cantos. Aí fiquei tranquilo: ele nunca acertou o gol mesmo. Já conhecia a mira do meu novo inimigo. Dessa vez, porém, errei. E Edmílson acertou a minha cabeça que, sangrando, bateu no gramado do Palestra.

Eis que a coisa ficou séria. Wesley tacou um caminhão de pipocas na minha cara e o sal ardia horrores. Marcinho Guerreiro chegou no carrinho, buscando machucar meu joelho direito. Jumar veio junto e chamou a tropa toda. Rapidamente consegui me reerguer e a fuga começou. Subi a arquibancada com a velocidade do Lúcio – o melhor lateral do mundo – até me jogar do último andar, caindo na Rua Turiassu (que não é mais Turiassu, mas ainda era na placa que eu sonhei nessa noite). Leandro Amaro, Maurício Ramos, Felipe Menezes e Cristian Mendigo riam de mim.

Tirone chamou a polícia e era o mundo contra o cronista que aqui escreve. Mas ninguém me encontrava por São Paulo até que Maikon Leite entrou no sonho, já no segundo tempo, apostando corrida com Gioino. Eu estava longe e jamais pensei que Maikon me alcançaria, mas o improvável aconteceu, com velocidade de 236 quilômetros por hora. Tive de voltar em direção ao Palestra para buscar abrigo, recebendo pontapés, socos e rasteiras. Já estava mais lesionado do que o Mago.

Quando o fôlego estava acabando, reencontrei o portão do Parque Antártica e o segurança fazia cara de bravo, com os braços cruzados. Cheguei mais perto e vi que o segurança era o Bruno, ex-goleiro do Palmeiras. Ele estava pronto para dar o bote e me prender, ao lado dos policiais. Mas passei por baixo das pernas dele, imitei um peru (cocóricóóóó, sei que não, mas no meu sonho peru gritava assim) e consegui fugir.

Subi novamente na arquibancada e, ao lado do anel do jardim suspenso, vi Mustafá. No meu sonho a língua do Mustafá era parecida com a de um sapo gigante e, com ela, ele quase conseguiu me alcançar (me salvei por exatos 15 centímetros). Ele dizia, repetidamente: ‘bom, barato e vou te pegar’, ‘bom, barato e vou te pegar’, ‘bom, barato e vou te pegar’. Era como se fosse a última fase do Mário Bros, sabe? A língua sem fim vinha e voltava, na velocidade do Euller. E aí no auge do medo, no topo do desespero, sem qualquer saída, decidi me jogar do anel.

Dei exatas 14 piruetas involuntárias antes de cair.

Bati a cabeça, faleci e contrariei a ordem da vida: acordei depois de morrer.

Ufa.

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Sauvesse quem puder https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/sauvesse-quem-puder/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/sauvesse-quem-puder/#respond Fri, 12 Jan 2018 20:34:43 +0000 https://nossopalestra.com.br/2018/01/12/sauvesse-quem-puder/

Vi o jogo treino contra o Atibaia e admito: o Palmeiras não jogou nada, foi horroroso. Mas algo me divertiu. Fiquei assistindo até o final, segundo por segundo, com prazer e satisfação, apenas por um motivo: a série de comentários no Facebook oficial do Verdão. Ri muito. Estou com dó, no entanto, do coitado do […]

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Vi o jogo treino contra o Atibaia e admito: o Palmeiras não jogou nada, foi horroroso. Mas algo me divertiu. Fiquei assistindo até o final, segundo por segundo, com prazer e satisfação, apenas por um motivo: a série de comentários no Facebook oficial do Verdão. Ri muito. Estou com dó, no entanto, do coitado do português. Ele apanhou mais do que a bola. Foi uma surra.

Estou longe de ser um especialista e nem vou citar as concordâncias, os pontos e as vírgula. Ops, olha aí: as VIRGULAS. Vou aqui tratar nesse espaço que me é destinado apenas sobre os nomes dos donos do espetáculo (ou, nesse caso, da falta de). Deyverson, sem dúvida, foi o mais citado pelos internautas. E ninguém acertou o Y.

Teve Deverson, Deiveson, Davidson, Deivinson e, o mais perto, Deiverson. Bateu na trave, mas estou com todos que erraram. Existem jogadores que não merecem que escrevam seus nomes corretamente. Seria uma punição ou, quem sabe, um alívio. Se meu nome fosse Deyverson (que não seja em outra encarnação, por favor) e eu errasse um gol sem goleiro, gostaria que narradores, torcedores e amigos trocassem meu nome. ‘Porra, Deinvinson’. ‘Pqp, hein, Deverso’. ‘C*, Deilvenson’. Seria um repouso pensar que eu não sou o Deyverson, com Y, por três segundos. Imaginar, num devaneio, que não fui eu o responsável por um erro absurdo na cara do goleiro.

Mas eu também não gostaria de ser o cara que escreveu Willian (até aí, ok) Begod. Tá, eu sei que o próprio jogador escreve Dubgod no Instagram, mas begod deveria ser o bigode do pré-adolescente, sabe? Begod seria o pelo fino e separado, duramente cultivado para ganhar tamanho, mas não ganha. O famoso bigode de motoqueiro. Que, aqui entre nós, não é o caso do Willian atacante. Ou begod também poderia ser a falta de cabelo do careca na parte da frente da cabeça. Ou seja: sinônimo de pouco, entende? Tipo: tô com pouco begod, pouca ideia, pra escrever esse texto. O jeito é puxar os pelos e ir preenchendo espaço, milímetro por milímetro.

O erro mais gritante foi Sezar Maluco. Teve também Queno. Li lá Ueverton, Iorram, Che Chê (não o Guevara) e Roja Machado. ‘Que beleza’, diria um amigo meu. A cada passe errado em campo, um nome escrito equivocadamente. Como se um Egídio nascesse na ponta de cada dedo indicador que ali escreveu um comentário.

E vou nessa. Tô sortero e é sexta-feira. Tô pegando minha bicicreta e volto qualquer dia. Ando meio distruído, professô. Se me ver na calsada, não sou eu. Eu gosto de escrever, mais vou drumir na balada.

Bjs e sauvesse quem puder.

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O que eu inventei de você https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/o-que-eu-inventei-de-voce/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/o-que-eu-inventei-de-voce/#respond Thu, 09 Nov 2017 15:42:39 +0000 https://nossopalestra.com.br/2017/11/09/o-que-eu-inventei-de-voce/

Já aviso agora: essa crônica não tem motivo, causa, circunstância ou objetivo. Nem vai fazer o real valorizar, o dólar cair, o desemprego despencar como tropeçaram os times do Brasileirão. Não vai dizer nada de relevante. É uma crônica sobre a falta de inspiração. E é exatamente assim que me encontro nesse exato momento: de folga, […]

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Já aviso agora: essa crônica não tem motivo, causa, circunstância ou objetivo. Nem vai fazer o real valorizar, o dólar cair, o desemprego despencar como tropeçaram os times do Brasileirão. Não vai dizer nada de relevante. É uma crônica sobre a falta de inspiração. E é exatamente assim que me encontro nesse exato momento: de folga, com roupa velha e rasgada servindo como pijama, sem assunto, com os pés no móvel do computador e sonolento. Você percebe que não faz calor lá fora na terra da garoa.

Faz umas boas semanas que não escrevo. Pensei em comentar a derrota para o Corinthians, o empate contra o Cruzeiro, o arremesso de Felipe Melo e outras coisas mais. A substituição de Keno, o possível retorno de Willian e as prováveis  contratações para o ano que vem. Mas, porém, entretanto e todavia voltamos ao tema do texto de hoje: faltou o  gancho, o plano, a ideia, o elo e a alma da resenha. Faltou a inspiração.

Reconheci, diante de tudo, que não há foco. Foco é algo necessário para todas as almas vivas do universo. Para simplesmente sobreviver até. O urubu, por exemplo, precisa de foco para caçar suas presas. E tem péssimo gosto: come carne podre. Mesmo assim, aguentando o cheiro e o gosto adversos, o paladar desagradável, fica feliz e satisfeito por estufar a pança. O urubu usa seus truques mirabolantes e suas técnicas inabaláveis para focar em um cardápio cheio de carne estragada. Não sabe diferenciar o bom do ruim, de escolher entre o bem e o mal, mas foca. Nem isso consigo fazer hoje.

Estou menos inspirado do que os letristas de música sertaneja. Vou beber uma cerveja para ver se melhora, mas o garçom troca o DVD porque essa moda faz sofrer e o coração não ‘guenta’. Cada dose cai na conta e os 10% aumentaaaaaaaa. Aí cê me arrebenta e mais um monte de rimas com ‘enta’. Repetindo, repetindo e repetindo. Sem parar. Pra não falar dos finais ‘or’. Amor, dor, rancor, amargor, ator e um dicionário assustador de ruim.

Assim como esse jovem cronista, aí está o time do Palmeiras: sem inspiração, cansado e sonolento. Afogando as magoas em músicas que falam de um amor que dava tudo certo, mas quando passou pra frente, ferrou.

Me apaixonei pelo que eu inventei de você, 2017.

Iê. Iê. Iê.

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