Levou três semanas para o TJD julgar casos que sabidamente ocorreram no Derby polêmico na Arena Corinthians. Punições que podem acontecer pelo que ocorreu, pelo que se viu, pelo que se ouviu, pelo que o diligente presidente do tribunal ouviu do amigo dirigente do Corinthians.

Mas por que três semanas? E justo na semana do primeiro mata-mata?

Tarda e falha tanto quanto acaba fardando camisa e podendo talhar na punição.

Jailson pode ser suspenso pela entrada feia em Renê Júnior e também pelas declarações pesadas contra a arbitragem e o rival.

Língua menos pesada de Dudu também a respeito, mas que pode pagar pelo conjunto da obra o capitão palmeirense, e pela insinuação que o mundo do futebol adora fazer e os tribunais adoram não ouvir – na maioria das vezes.

Algo que também pode sobrar para Felipe Melo, por imagem que supostamente mostra que ele teria mostrado o dedo médio para o árbitro. Ou para a torcida do rival. Ou para o Dalai Lama. Vai saber. O fato é que o melhor jogador do campeonato também corre o risco de ser punido.

Mais de três semanas depois do clássico. Bem no meio das finais do SP-18.

Honestamente, não acho que gente do TJD esteja querendo aparecer. Apenas parece que estão querendo desaparecer com gente.

Não tinha como julgar mais rápido, ainda que as punições possam ser duras, mesmo que justas? Não pega mal deixar o julgamento bem pra decisão do campeonato? Ou é pra pegar para capar e calar assim mesmo?

Havia como julgar mais rápido. Puníveis e inimputáveis sabem disso. Bastava usar da mesma velocidade do STJD para tirar Gustavo Scarpa do Palmeiras.

O NOSSO PALESTRA entrou em contato com o Dr. João Henrique Chiminazzo, um dos maiores especialistas em direito desportivo do Brasil, para ajudar a entender a briga judicial entre o meia Gustavo Scarpa e o Fluminense, seu ex-clube.

Em janeiro, o Palmeiras se aproveitou de uma liminar judicial que liberava o atleta de seu vínculo com o Fluminense e fechou a contratação do meia por 5 anos. Desde então, o clube carioca briga na justiça para derrubar essa liminar. Obteve sucesso na tarde desta quinta-feira.

O Palmeiras manteve-se posicionado com a informação de que o clube não correria riscos em caso de derrota na Justiça. Que não teria nenhum déficit financeiro na transação. Não é o que afirma Chiminazzo.

“De acordo com o artigo 28, parágrafo 2º da Lei Pelé, o clube também é responsável pela multa. Se o Fluminense ganhar o processo definitivamente, será possível cobrar o pagamento da multa tanto do Scarpa, quanto do Palmeiras. Após o pagamento, que possivelmente será exigido do clube, por ter maiores condições, se o Palmeiras tiver uma cláusula com o jogador, aí sim o clube pode pedir pra ser ressarcido, mas essa coisa de o clube ter um acordo com o atleta não exime o pagamento do Palmeiras, mesmo porque o Fluminense não é parte deste acordo”, disse.

O advogado falou que, provavelmente, o Palmeiras sabia do risco que estava correndo ao trazer o jogador. “Muitas vezes dizem que não há risco nenhum para contratar, fortalecer o elenco e agradar sua torcida. Veja o caso Zeca e Corinthians agora como exemplo. Cada caso precisa ser analisado com cautela.”

Quanto à reclamação de Scarpa sobre os meses de salários atrasados, o advogado explicou que a situação é complexa. “Ele alegou estar com direitos de imagem atrasados. Mas pra isso ser provado, é outra história. Muitas vezes, o direito de imagem é pago pra uma empresa que representa o jogador, e isso não tem nada a ver com a relação clube e atleta. O poder judiciário pode entender que o clube deve à empresa e não ao jogador”, analisou. “No meu entendimento, isso é um absurdo, mas parte do Poder Judiciário entende assim. A contratação por meio de uma empresa faz parte da fraude imposta pelo clube”, completou.

Os representantes de Gustavo Scarpa devem recorrer da decisão no TST (Tribunal Superior do Trabalho), mas enquanto o processo caminha, o atleta fica com o nome suspenso no BID e dessa forma não pode atuar. Por enquanto o Palmeiras ainda não foi notificado e o nome de Scarpa segue no BID.

O Palmeiras poderia tentar entrar em algum acordo com o clube das Laranjeiras, mas Chiminazzo acha difícil o clube carioca abrir mão do jogador por estar em situação favorável.

O processo deve se alongar por algum tempo. Nada deve se definir em um pequeno espaço de dias.

A linha jurídica que deve se seguir é que o staff de Scarpa entre com um corpus no TST para obter uma liminar favorável. O fato do atleta ter um contrato em vigor com o Palmeiras também é um ponto que conta a favor. Uma rescisão neste momento traria dor de cabeça e prejuízo para o atleta e os dois clubes envolvidos.

Colaboração: João Gabriel Falcade

Os gols no Maracanã

Felipão já alertara que o time reserva não estava pronto. Mas não para tão pouco. Contra o Fluminense que amargava a Série C em 1999, o time de Parreira enfiou 4 a 0 no Maracanã, pela terceira rodada do Rio-São Paulo. Três jogos, três derrotas, dois gols marcados, 12 gols sofridos. E Felipão ainda sem Velloso, Rogério e Rubens Júnior (sem contrato), e os titulares que só estariam disponíveis a partir de 6 de fevereiro.

O Palmeiras equilibrava o clássico, perdeu gols até com Evair, até a expulsão justa de Júnior Tuchê, dos mais inexplicáveis reforços da Era Parmalat, contratado em 1997 do Vitória. Com um a menos a partir de 27 minutos, não teve mais jogo para o Verdão, ainda que perdendo gol feito co Evair, na sequência. Aos 41, Marco Brito tabelou com Túlio Maravilha e marcou belo gol, de sem pulo. Dois minutos depois, Roger Flores passou para Roni que limpou como quis a zaga e fuzilou Marcos.

Na segunda etapa, pênalti em Túlio, Roger bateu, Marcos defendeu, mas o próprio camisa 10 ampliou, aos 7. Aos 30,com o gramado encharcado, Túlio desencantou, de novo no mano a mano com Marcos, depois de passe de Magno Alves (sim, o próprio, que desde 1993 joga futebol, e ainda segue atuando, pelo Novorizontino, no SP-99).

Felipão tentou fechar o time desde o início com Ferrugem, volante que voltara da Seleção Sub-20, vice-campeão sul-americano na Argentina, dias antes. A equipe tinha quatro marcadores no meio-campo, um meia mais à frente (Jackson), e Evair isolado no ataque. Além da falta de criatividade e contundência, a expulsão de Tuchê atrapalhou tudo.

PALMEIRAS 0 X 4 FLUMINENSE

Competição: Torneio Rio-São Paulo/Primeira Fase

Data: sábado, 30/janeiro (tarde)

Estádio: Maracanã

Cidade: Rio de Janeiro (RJ)

Juiz: Romildo Corrêa (SP)

Renda: não disponível

Público: 12 273

PALMEIRAS: Marcos; Neném, Júnior Tuchê, Galeano e Wágner; Ferrugem, Paulo Assunção, Pedrinho (Taddei) e Tiago Silva (Marcelo Congo); Jackson e Evair (Juliano)

Técnico: Luiz Felipe Scolari

Gols: Marco Britto 41 e Roni 43 do 1º; Roger 7 e Túlio 30 do 2º

Expulsões: Júnior Tuchê e Émerson

O Palmeiras anunciou nesta segunda-feira (15) a contratação do meia Gustavo Scarpa, que estava no Fluminense. O jogador assinou contrato de cinco temporadas com o Verdão e assumiu responsabilidade em caso de negativa no impasse judicial com o clube carioca.

Segundo apuração do jornalista Rodrigo Fragoso, do NOSSO PALESTRA, o jogador, que tem causa na justiça contra o time das laranjeiras, aceitou uma cláusula no contrato com o Palmeiras que exime o alviverde de qualquer pagamento em caso de derrota no tribunal. A responsabilidade será totalmente do jogador.

O acordo prevê, também, que o Verdão repasse uma compensação financeira ao clube carioca.

Gustavo Scarpa foi o atleta que mais atuou no Brasileirão do ano passado, jogando os 38 jogos com a camisa do Fluminense. Ele também foi o rei de assistências do campeonato, com 12 no total.

No Chá Verde das 5 desta terça-feira (19), os colunistas do Nosso Palestra Alex Müller e Mauro Beting, falaram sobre a situação das negociações do Palmeiras por Gustavo Scarpa. Em uma primeira oportunidade de troca, o atacante Róger Guedes, envolvido no negócio, recusou ir para o Fluminense.

Apesar de difícil, o Verdão não desistiu da troca. “O Palmeiras ainda não desistiu definitivamente de ter Gustavo Scarpa e não está 100% descartada a possibilidade do Róger Guedes ir”, informou Alex Müller.

Os jornalistas ainda falaram sobre outras contratações do time para 2018. Confira no Chá Verde das 5.

Chá Verde das 5

O meia Gustavo Scarpa, do Fluminense, pode ser envolvido em uma troca de jogadores entre o time carioca e o Palmeiras. Segundo o Globoesporte.com, o clube do Rio de Janeiro consultou o Verdão para uma negociação de atletas e o alviverde teria o meia como contrapartida.

Scarpa já esteve na lista de interesses do Palmeiras em 2016, mas renovou com o clube atual. Alguns dos seis nomes interessados pelo time carioca são Róger Guedes, Hyoran e Michel Bastos. O Verdão aguarda um acordo entre os jogadores e o clube das Laranjeiras para pedir o jogador.

O atleta do Fluminense não teve bom rendimento em 2017 e chegou a receber vaias da torcida na temporada. Na partida do time carioca contra o Bahia, pelo returno do Brasileirão, Scarpa fez um gol e não comemorou, após ser vaiado.

Fernando Prass – Nota 7,5 – Duas defesas difíceis, 11 lançamentos certos (10 errados), foi quem mais ficou com a bola; 18%. Foi muitas vezes chamado a trabalhar em bolas recuadas. E foi bem. Mais uma vez.

Mayke – Nota 6 – Uma limpada bonita na segunda etapa, pouco trabalho com Robinho e depois Wellington Silva. De linha, como quase todo lateral, foi quem mais ficou com a bola: 11%. E mais acertou passes em números absolutos. Mas não fez nenhum cruzamento. Isso é bom ou ruim? No geral, o Palmeiras cruzou 14 bolas (em média são 22 no BR-17).

Edu Dracena – Nota 7,5 – Quase marcou seu primeiro gol pelo Verdão. Mas segue muito bem na zaga. Deu poucas chances a Dourado. Acertou 27 passes e errou só um.

Juninho – Nota 6,5 – Perdeu dois gols em um só lance no segundo tempo. Mas foi bem na zaga. Doze rebatidas (o dobro de Dracena). Errou um passe em 17.

Egídio – Nota 7,5 – Um gol do tamanho do Maracanã, de fora da área. E do tamanho das cornetas esmeraldinas. Não comprometeu na marcação a Scarpa, e foi melhor no ataque (embora tenha errado seis em sete cruzamentos). Dois desarmes e uma interceptação.

Tchê Tchê – Nota 6,5 – Tem melhorado. Jogando na cabeça da área, mais atrás, no 4-3-3 inicial, ou mais à frente, no 4-1-1-4 com a entrada de Thiago Santos. O terceiro que mais passes acertou. Um dos três que mais desarmaram na equipe.

Jean – Nota 6 – Pisando mais na área rival. Mérito de Cuca. Mas segue finalizando mal – apesar do gol contra o Coritiba. Duas conclusões para fora e uma na meta. Dos que começaram jogando, só Deyverson tocou menos na bola.

(Thiago Santos – Nota 6 – Entrou aos 26 e fez com correção a proteção na cabeça da área).

Moisés – Nota 6,5 – Não tem sido o melhor jogador do BR-16 como foi. Mas é essencial para a equipe, ainda que tenha sido individualista como normalmente não é. Um dos três que mais desarmaram no Palmeiras. Um dos três mais driblaram. Um dos três que mais sofreram falta das tantas cometidas pelo Flu (4). Quem mais finalizou (4 erradas em 5). Quem mais lançou certo na linha. 39 passes (7 errados). Perdeu 5 bolas. E nunca se escondeu. Essencial.

Willian – Nota 7,5 – Outra ótima partida. Aberto pela direita, muito eficiente e importante também sem a bola. Aos 26 foi para o comando de ataque até sair lesionado e ser substituído por Borja, aos 41. Foi quem mais perdeu a bola. Mas foi o terceiro que mais ficou com ela. Um dos três que mais desarmaram. Mas só uma finalização errada.

(Borja – Sem nota – entrou aos 41 e jogou até o final, aos 48).

Deyverson – Nota 5 – Mesmo com o Palmeiras atacando mais e procurando mais o gol, não fez grande partida. Não fez nenhuma finalização. Um dos quatro que mais receberam faltas. Foi quem mais errou passes: 13 de 23.

(Róger Guedes – Nota 5,5 – Ficou mais com a bola do que Deyverson, mesmo tendo entrado aos 26 do segundo tempo)

Dudu – Nota 6,5 – Também não tem sido aquele – tecnicamente. Tem rodado menos o ataque. Tropeçou em alguns lances de modo inexplicável. Não concluiu um lance na partida. Mas a sequência de jogos deve fazer bem a ele e a todo o time. Ficou pouco com a bola (6%). Foi o segundo que mais perdeu bolas (o que é normal para quem joga mais). Errou dois dos 24 passes que deu.

Cuca – Nota 7 – Vai acertando a mão e, o time, e o pé. Embora tenha acertado menos passes do que a média no campeonato, era joga na casa do rival. O time finalizou mais do que costuma (14). Desarmou mais (e cometeu menos faltas). Interceptou mais. Driblou mais. Mesmo ficando menos com a bola (46% contra 53% no campeonato), o time está evoluindo.

O Palmeiras venceu o Fluminense por 1 a 0 na tarde deste domingo (24), no Maracanã. Alex Müller traz os destaques da partida que levou o Verdão aos 43 pontos no Brasileirão.

“Foi uma vitória que é para ser comemorada, pelos três pontos fora de casa, que é muito importante em um campeonato brasileiro de pontos corridos, que os concorrentes também estão somando pontos, mas poderia ter sido mais tranquilo”, analisa Alex.

Confira a análise completa na íntegra:

Nibiru, ou Planeta X, dizem estudos e pesquisas, era para ter colidido com a Terra ontem. A tese se baseava em crenças, superstições e interpretações bíblicas ligadas aos número 33.

O do Gabriel Jesus na campanha do eneacampeonato do Palmeiras.

No Maracanã, no final do primeiro tempo (e não de todos os tempos), Egídio acertou um chute no ângulo de Júlio Cesar de proporções apocalípticas. Não foi o Armagedom do Fluminense. Nem a assunção plena do Palmeiras. Mas uma conjunção de planetas que até pode desarmar o tal do X que, por A mais B, 171 mais 0 à esquerda, deu em nada.

O 4-3-2-1 de Abelão não funcionou no primeiro tempo. Dourado foi esquecido pelo encaixotado Scarpa. O Tricolor chegou apenas duas vezes. O Palmeiras, cinco. Além do pênalti não marcado em Dudu, aos 24, em falta infantil de Léo, das tantas cometidas por um violento Fluminense. Tchê Tchê foi o primeiro volante e liberou Jean para pisar mais vezes na área rival.

O problema de Cuca é que Moisés e Dudu tecnicamente ainda não são aqueles. O que também levou o Flu a crescer e rondar mais a área paulista no segundo tempo. Prass foi bem quando acionado. Mas Abelão demorou a dar mais qualidade e velocidade com Wellington Silva e Sornoza. Cuca respondeu bem nas medidas. O Palmeiras criou mais oportunidades, até com Juninho que escapou aos 38 como se fosse atacante, mas acabou finalizando duas vezes como se fosse o zagueiro que é.

No final, Borja teve apenas sete minutos para tentar algo em um Palmeiras que segue com dificuldade para segurar a bola. Mas, de novo, ao menos venceu. Com inteira justiça. É a quarta vitória seguida no Maracanã contra um Tricolor que não mereceu mais do que tentou.

Vitória de Cuca que vai achando um time mais do que um jogo. E vai encontrando na lateral um exemplo para muitos, ainda que não seja o melhor exemplo de lateral.

Egídio mostrou que o fim do mundo pode ser chutado para longe. E de muito longe.

Henrique Dourado, o Ceifador, foi nosso em 2014. Batia pênaltis como Evair. Fez gols como Borja não faz. E no pior Palmeiras que vi (juro por Ademir da Guia que era pior que o do SP-80, das Taças de Prata de 1981-82, do BR-02, do BR-06 e do BR-12), ele era nossa esperança em um deserto de wesleys descompromissados e juninhos infantis).

Henrique, o nosso zagueiro campeão da Copa do Brasil-12 e do SP-08, foi para a Copa-14 como só Felipão parecia acreditar. Não é mais aquele que um dia foi com Keirrison para o Barcelona de Guardiola. Douglas também foi. Mas essa é outra história.

Como fez bonita Cavalieri que não tem jogado pelo Fluminense. Como tem jogado bem Gustavo Scarpa que tanto quisemos em janeiro. Como jogava bem o atacante Richarlison que tanto quisemos no meio do ano. Como algo me diz que ainda vamos querer o ótimo volante Wendel em dezembro. Do Fluminense que tem sido (e não sido) como tantos grandes brasileiros. Alguns bons jogadores – logo vendidos. Alguns bons jogos – logo esquecidos. E uma campanha aquém da bolada. Se é que foi planejada. Se é que se consegue organizar alguma coisa com esse calendário. Essa falta de dinheiro.

(E até mesmo quando sobra crédito…)

Cuca ainda não tem Mina. Faz muita falta. Sofre de saudades de Vítor Hugo. Sobretudo no jogo aéreo. Gostaria de ver o Tchê Tchê e o Jean e o Zé Roberto de 2016.

Não preciso nem lembrar o amigo do Leandro Donizete, o Gabriel Jesus. E não quero nem citar o Barrios que compramos em 2015 e está estreando agora em 2017.

Mas ainda creio em melhor campanha. Em melhor desempenho.

E acho mesmo que isso tudo começa domingo. No Maracanã de quase sempre tão doces memórias como as que outro dia o nosso Gabriel Amorim levantou.

É jogo para arrancar, Palmeiras. Se no campeonato ou cabelos, saberemos depois do apito final. E que não seja como aquele de 2009.

Eu acredito na segunda das seis vitórias pedidas pelo Cuca. E nas que vierem depois.