Arquivos tag-Luís Pereira - Nosso Palestra https://nossopalestra.com.br/assunto/tag-luis-pereira/ Palmeirenses que escrevem, analisam, gravam, opinam e noticiam o Palmeiras. Paixão e honestidade. Thu, 23 Jul 2020 17:09:39 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.3 Especial BR-72 – Time de chegada! Palmeiras 3 x 0 Coritiba https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/especial-br-72-time-de-chegada-palmeiras-3-x-0-coritiba/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/especial-br-72-time-de-chegada-palmeiras-3-x-0-coritiba/#respond Mon, 16 Dec 2019 13:47:00 +0000 https://nossopalestra.com.br/2019/12/16/especial-br-72-time-de-chegada-palmeiras-3-x-0-coritiba/

https://youtu.be/ufJtoMWv3WE Manchete da FOLHA DE S.PAULO (e parecia mais do São Paulo Futebol Clube…): "São Paulo, campeão hoje – se ganhar". RelacionadasPalmeiras fica três jogos seguidos sem marcar no Brasileirão pela primeira vez em sete anosAnálise: Ríos tem queda de rendimento, e Palmeiras precisa encontrar solução‘Faltou fazer gol’, afirma Abel sobre atuação do Palmeiras em […]

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https://youtu.be/ufJtoMWv3WE

Manchete da FOLHA DE S.PAULO (e parecia mais do São Paulo Futebol Clube…): "São Paulo, campeão hoje – se ganhar".

Nem para a semifinal estava classificado! Mas era o grande favorito. Jogava pelo empate no Maracanã contra o já eliminado América. O time de José Poy vencera Palmeiras e Coritiba, que fariam o jogo na mesma hora daquele sábado à noite, no Palestra vazio pela torcida alviverde que já parecia ter jogado a toalha. Pouco mais de 8 mil pagantes… E, no Rio, nem 4 mil…

De fato, mesma "hora" numas… Brandão entrou atrasado e o Palmeiras começou o jogo 20 minutos depois da partida iniciada no Maracanã, às 21h. O campeão paulista de 1972 tinha que vencer o ótimo e ainda vivo Coritiba e torcer pelo América sem animação e sem torcida pelo radinho de pilha.

Brandão não tinha Luís Pereira e Zeca 100%. Mas a diretoria e torcedores alviverdes tinham dado um jeito de animar os americanos. Especulava-se uma mala branca de 5 mil cruzeiros a cada jogador carioca pela vitória necessária no Maracanã.

Desde o início o Palmeiras atacou o ótimo time Coxa-Branca (que vencera o primeiro duelo na primeira rodada do BR-72), mas que tinha 4 desfalques no Palestra. A ordem de Brandão era esquecer o Maracanã e focar no jogo.

Foi atendida. O gol saiu aos 27 minutos. Ronaldo saiu da direita e cruzou da esquerda. Ademir da Guia escorou de cabeça para Leivinha fazer o mesmo. 1 a 0.

O Palmeiras seguiu em frente e mandou duas bolas na trave. Na segunda etapa, a mesma pressão até 15 minutos, quando o velho Palestra explodiu como poucas vezes com o anúncio do sistema de som: Mauro marcava na falha de Sérgio Valentim. América 1 x 0 São Paulo. Os placares combinados que levavam ao empate em pontos com o rival e à classificação pela melhor campanha na primeira fase.

A festa prosseguiu por mais 10 minutos até o segundo gol. Madurga abriu para Nei puxar o contragolpe pela direita e levantar para Leivinha marcar mais um.

Aos 44, quando a torcida mal prestava atenção no jogo porque o São Paulo já havia perdido a partida e a classificação no Rio, Leivinha foi ao fundo e cruzou de canhota para Luís Pereira marcar de cabeça.

Palmeiras classificado para a semifinal contra o Internacional.

PALMEIRAS 3 X 0 CORITIBA
Competição: Campeonato Brasileiro/Fase Semifinal
Data: sábado, 16/dezembro (noite)
Estádio: Parque Antártica
Cidade: São Paulo (SP)
Juiz: Luís Carlos Félix (RJ)
Renda: Cr$ 66 617
Público: 7 052
PALMEIRAS: Leão; Eurico, Luís Pereira, Alfredo e Zeca; Dudu e Ademir da Guia; Edu (Ronaldo), Madurga, Leivinha e Nei
Gols: Leivinha 27 do 1º; Leivinha 25 e Luís Pereira 40 do 2º

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Mauro Beting entrevista Luís Pereira no 2º episódio do Nosso Papo https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/mauro-beting-entrevista-luis-pereira-no-2o-episodio-do-nosso-papo/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/mauro-beting-entrevista-luis-pereira-no-2o-episodio-do-nosso-papo/#respond Wed, 18 Sep 2019 12:21:35 +0000 https://nossopalestra.com.br/2019/09/18/mauro-beting-entrevista-luis-pereira-no-2o-episodio-do-nosso-papo/

Luís Edmundo Pereira, pra muitos o maior zagueiro da história da Sociedade Esportiva Palmeiras. O Nosso Palestra teve a honra de entrevistar esse grande personagem do futebol brasileiro, que marcou época na segunda Academia do Verdão. No bate-papo com Mauro Beting, Luís Pereira relembrou de gols históricos que fez com a camisa 3 alviverde, e […]

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Luís Edmundo Pereira, pra muitos o maior zagueiro da história da Sociedade Esportiva Palmeiras. O Nosso Palestra teve a honra de entrevistar esse grande personagem do futebol brasileiro, que marcou época na segunda Academia do Verdão.

No bate-papo com Mauro Beting, Luís Pereira relembrou de gols históricos que fez com a camisa 3 alviverde, e também do seu início no Parque Antártica.

Confira a parte 1 do Nosso Papo com Luís Pereira:

Luís Pereira tem 575 jogos com a camisa do Palmeiras. Foram 287 vitórias, 195 empates e 93 derrotas. Com 35 gols marcados, ele é até hoje o maior zagueiro artilheiro da história da SEP.

Já se inscreveu no canal do Nosso Palestra no Youtube? Está esperando o quê? Em breve vamos soltar a parte 2 dessa conversa muito palestrina!

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Luís Pereira, 70 https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/luis-pereira-70/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/luis-pereira-70/#respond Fri, 21 Jun 2019 18:41:44 +0000 https://nossopalestra.com.br/2019/06/21/luis-pereira-70/

Já contei que tive uma infância feliz como o que veio depois dela na vida. Sou sortudo com quem amo, com o que amo, com o que faço, com o que falo. Tão feliz e afortunado que a primeira perda da minha vida foi pelo futebol. Nem foi uma derrota ou título não conquistado. RelacionadasLuís […]

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Já contei que tive uma infância feliz como o que veio depois dela na vida. Sou sortudo com quem amo, com o que amo, com o que faço, com o que falo.

Tão feliz e afortunado que a primeira perda da minha vida foi pelo futebol. Nem foi uma derrota ou título não conquistado.

Foi uma partida. Dupla.

Eu tinha 9 anos e um dia quando Luís Pereira e Leivinha foram vendidos para o Atlético de Madrid. Exatos e incertos três anos do primeiro título que lembro. O Paulista de 1972.

3 de setembro de 1975. O fim da Segunda Academia sem Leiva e sem Luisão. 18 de agosto de 1976 o Dudu já treinava o melhor Ademir da Guia campeão paulista de 1976. Com Leão na meta, ainda Edu e Nei nas pontas. Tinham chegado Jorge Mendonça, Toninho e Rosemiro.

Mas não era a mesma coisa. Não seria. Não seríamos campeões até 12 de junho de 1993. Dia da Paixão Palmeirense. Meu primeiro documentário. Quando entrevistando Leivinha eu chorei ao lembrar 3 de setembro de 1975.

Ele chorou junto como está na foto.

Desde que tem número em camisa, no final dos anos 1940, e mesmo desde 1914, ninguém vestiu essa camisa 3 como ele. Hoje Luís Pereira faz 70 anos. Nessa década de 70 ninguém jogou mais. Até hoje também não.

Eu diria ainda mais parabéns. Além de obrigado por tudo desde que chegou do São Bento, em 1968, até a partida em 1975. Desde que voltou em 1981 até ser partido em 1984.

Mas tem tanta coisa que vi e senti com Luisão que não tenho as palavras que vou escrever na biografia que estamos fazendo. Ele foi o primeiro palmeirense que vi em campo na minha estreia, em 1973, pela fresta do portão do Pacaembu. Ele será sempre o eterno defensor que vou querer ver.

Até porque quando ele e Leivinha saíram em 1975, chorei pela primeira vez por causa do Palmeiras. Chorei pela primeira vez de saudade que eu não sabia o que era quando eles partiram.

Desde então já chorei muito pelo Palmeiras. Por muitos que partiram.

Mas só de saber que hoje meus ídolos são amigos, que eles são pessoas tão boas como foram craques, a dor daquela saudade infantil hoje é adulta nostalgia.

Eu tinha mesmo razão em lamentar a partida deles. Porque eles vão sempre jogar nos sonhos das crianças de todas as idades.

Parabéns pelos seus 70, Luisão.

Obrigado pelos nossos 104 anos de Palestra.

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Amarcord: Palmeiras 0 x 0 Botafogo, BR-72 https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/amarcord-palmeiras-0-x-0-botafogo-br-72/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/amarcord-palmeiras-0-x-0-botafogo-br-72/#respond Wed, 22 Aug 2018 14:53:58 +0000 https://nossopalestra.com.br/2018/08/22/amarcord-palmeiras-0-x-0-botafogo-br-72/

Meus pais não me deixaram estrear do baixo dos meus seis anos no Morumbi. Na decisão do BR-72, na antevéspera de Natal. Contei mais no meu texto a respeito do jogo de futebol de botão com Ademir da Guia. http://nossopalestra.com.br/o-divino-e-o-futebol-de-botao/. O camisa 10 da Segunda Academia que ganhara os quatro torneios que disputara em 1972. […]

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Meus pais não me deixaram estrear do baixo dos meus seis anos no Morumbi. Na decisão do BR-72, na antevéspera de Natal. Contei mais no meu texto a respeito do jogo de futebol de botão com Ademir da Guia. http://nossopalestra.com.br/o-divino-e-o-futebol-de-botao/. O camisa 10 da Segunda Academia que ganhara os quatro torneios que disputara em 1972. Incluindo um Paulista invicto. Agora, na tarde daquele sábado tão chuvoso que atrasou o início do jogo em meia hora (16h30), bastava o mesmo empate sem gols que dera volta olímpica no Pacaembu, em 3 de setembro, contra o São Paulo.

A partida só começou mesmo 16h50. O Palmeiras atrasou 5 minutos para subir ao gramado do Morumbi. O Botafogo do treinador e ex-zagueiro Sebastião Leonidas levou mais 10. O preparador físico Helio Maffia, fundamental para o desempenho excepcional da Segunda Academia, se preocupou com a chuva e com a perda do aquecimento e pediu para o time se movimentar mesmo durante o Hino Nacional executado enquanto jogadores do Botafogo ainda davam entrevistas para as rádios. O repórter Gilberto Pereira levou um choque com o equipamento e foi atendido pouco depois. Voltou a campo a tempo de acompanhar a partida que fez uma vítima fatal: um torcedor palmeirense teve infarto no intervalo e morreu ainda no Morumbi.José Lazarini Filho tinha 73 anos.

O Palmeiras jogava pelo empate em jogo único pela melhor campanha em 29 jogos, com apenas 4 derrotas, numa temporada em que só foi perder um jogo no meio do ano. Sonou três pontos a mais que o Inter, terceiro colocado. Soube mais uma vez fazer os tempos do jogo. Ademir foi o melhor em campo e craque do BR-72. Melhor condicionado fisicamente pelo professor Maffia, dava um pé a Dudu e Madurga no meio, e se juntava a Leivinha na frente, com a ajuda dos pontas Edu e Nei, que também socorriam os laterais Eurico e Zeca.

O Botafogo pouco criou no primeiro tempo. Apático, Zequinha foi bem marcado por Zeca e por Alfredo, revelação da base do Palmeiras que foi sendo emprestado por três temporadas até Oswaldo Brandão o requisitar para ser reserva de Polaco, que chegara do Corinthians. Mas ele entrou tão bem na zaga quando o ex-alvinegro se lesionou ainda em janeiro de 1972 que acabou ficando.

Na segunda etapa, com o centroavante Fischer aberto na esquerda e o grandalhão Ferreti no comando do ataque substituindo o armador Ademir, o Botafogo acertou um lance aos 2min. Mas Fischer se atrapalhou com a bola na melhor chance carioca. Madurga trocou de função com Leivinha, que foi atuar na dele, puxando os contragolpes. O Palmeiras seguiu mais perigoso. Mesmo perdendo Dudu, lesionado no tornozelo depois de lance com Valtencir. O volante mais uma vez saía carregado de campo em uma decisão. No SP-72 quebrara duas costelas contra o São Paulo. Contra o Botafogo, anulara o Furacão Jairzinho.

Se não foi um jogo brilhante e emocionante, as palavras de Leônidas, treinador do Botafogo, encerram a discussão.

  • Nunca vi um esquema tático tão bem executado. O time deles marcou homem a homem e não deu espaço para nós. Seria uma injustiça o Palmeiras perder este jogo e o campeonato. Eles estão de parabéns.

Jairzinho corrobora a análise de seu treinador:

-Eles foram o melhor time do campeonato. O título está em boas mãos.

O público de 58.287 não foi o esperado, também pela chuva, e pela antevéspera de Natal. Então cabiam até 150 mil torcedores no estádio do São Paulo. Mas, na saída do Morumbi, nas avenidas 9 de Julho e Rebouças, e na Rua Augusta, o trânsito do começo de noite parecia de dia de trabalho. A noite teve a tradicional festa de título com chope no clube do Parque Antarctica. Não com tanta gente. Mas sempre com César Maluco comandando o samba da Camisa Verde e Branco. Suspenso disciplinarmente até março de 1973, ele não esteve em campo. Mas esteve sempre na festa.

PALMEIRAS 0 X 0 BOTAFOGO
Campeonato Brasileiro de 1972 /Final — Jogo Único
Sábado, 23/dezembro (tarde)
Morumbi
Juiz: Agomar Martins (RS)
Renda: Cr$ 649 445
Público: 58 287
PALMEIRAS: Leão; Eurico, Luís Pereira, Alfredo e Zeca; Dudu (Zé Carlos) e Ademir da Guia; Edu (Ronaldo), Madurga, Leivinha e Nei
Técnico: Oswaldo Brandão
BOTAFOGO: Cao; Valtencir, Brito, Osmar e Marinho Chagas; Nei Conceição e Carlos Roberto; Zequinha, Jairzinho, Fischer e Ademir (Ferretti)
Técnico: Sebastião Leônidas

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Amarcord: Palmeiras 0 x 0 Vasco, BR-73 https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/amarcord-palmeiras-0-x-0-vasco-br-73/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/amarcord-palmeiras-0-x-0-vasco-br-73/#respond Sun, 12 Aug 2018 14:11:36 +0000 https://nossopalestra.com.br/2018/08/12/amarcord-palmeiras-0-x-0-vasco-br-73/

Olhei para a minha esquerda enquanto subia a Passalaqua apressado pelo jogo que começaria pelo BR-73 e por toda a minha vida quando vi um dos portões estreitos do Pacaembu. Aquela luz forte trocada em 1969 que então era a mais poderosa nos estádios da América – propaganda do prefeito da época da instalação: Paulo […]

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Olhei para a minha esquerda enquanto subia a Passalaqua apressado pelo jogo que começaria pelo BR-73 e por toda a minha vida quando vi um dos portões estreitos do Pacaembu. Aquela luz forte trocada em 1969 que então era a mais poderosa nos estádios da América – propaganda do prefeito da época da instalação: Paulo Maluf… Eu ainda não sabia o que ele era pros cofres públicos…

E, no fundo, eu também não sabia mesmo o que eu seria. Mas já estava tão iluminado meu futuro como aquela cena que lembro mais que os chatos 90 minutos de um clássico sem gols e com poucas chances – pelas ausências de Leivinha, lesionado, e também o Maluco do César, e pela ótima presença do goleiro Andrada, com três grandes defesas.

Aquela explosão de luz deixando a grama só menos verde que o primeiro jogador do Verdão que vi aquecendo. Luís Pereira. Não precisaria ver mais nenhum outro. Mas veria Ademir da Guia jogando mais à frente e jogando demais quase marcando um golaço, aos 13, depois de driblar meio Vasco. Vi Dudu mais uma vez tendo de sair por se machucar para evitar que lesassem o nosso Palmeiras. Entrou Careca que foi atuar mais à frente, com Ademir então voltando para dar um pé a Edson Cegonha no meio. Sim. Tinha cegonha no meu parto em partidas de Palmeiras.

O Vasco de Mário Travaglini (palestrino dos ótimos) fechou-se todo atrás. Esperando e sem atacar. A ponto de a crônica da FOLHA dizer que o ataque era “fraco”. O mesmo que tinha no comando Roberto, o maior artilheiro dos Brasileiros, com 190 gols marcados até 1992. Quando eu já tinha dois anos de jornalismo esportivo. Profissão que abracei sem saber então quando o Pacaembu me deixou ver pelo velho portão estreito o meu futuro brilhante. Radiante como a alegria do menino Mauro que, enfim, com 7 anos, estreava em estádios.

Li agora que choveu. Garoa chata como o jogo. Pra mim foi só sol a noite toda. Embate iluminado. O belo uniforme do Vasco reluzindo como o Verdão do Palmeiras. E eu vendo pela primeira vez o meu time em um estádio. Os primeiros 90 minutos que de fato acompanhei na vida. Eram poucos os jogos pela TV na época. Futebol era em estádio. E, no mais lindo estádio de espírito paulistano, “o seu, o meu, o nosso Pacaembu”, era ainda maior e melhor.

Mas nada superior àquela primeira imagem do Luisão Pereira se aquecendo pouco antes do jogo. Meu próximo biografado, 45 anos depois. Com a mesma emoção da primeira vez do amor de todas as vezes.

O Palmeiras manteve a invencibilidade e a ponta naquele que seria o ano do bi de 1972-73. A defesa que só 13 vezes passaram em 40 jogos (a melhor média da história do Brasileirão). Luís Pereira monstruoso quase fez um gol aos 42. Mas Andrada não deixou. Os pontas vascaínos Jorginho Carvoeiro e Luís Carlos recuavam para acompanhar os laterais verdes Eurico e Zeca. Não foi um grande jogo. Mas foi o meu primeiro. O maior.

Quando não pude gritar “Fedato” pedindo para ele entrar e marcar os gols decisivos porque ele já estava desde o início no lugar de César. Talvez por isso também não saímos do zero na minha iniciação.

Contradição passar em branco no debut? Não. Apenas Palmeiras. Passei verde. Sempre. Não precisa vencer. Preciso apenas é o Palmeiras que tanto preciso. O que neste Dia dos Pais, 45 anos depois, continua fazendo o papel de Babbo, Nonno, filho, irmão, amigo pelos que estão e pelo meu pai que com meu tio me levou pela mão para ver o maior amor incondicional além deles e dos meus: o nosso Palmeiras.

Feliz Dia dos Palmeiras. Amor de Palestra para filhos.
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Leivinha, há 47 anos https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/leivinha-ha-47-anos/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/leivinha-ha-47-anos/#respond Thu, 15 Mar 2018 00:40:26 +0000 https://nossopalestra.com.br/2018/03/15/leivinha-ha-47-anos/

47 anos da estreia de Leivinha. Eu tinha quatro anos. Não lembro. Um dia depois do meu aniversario de 9, em 3 de setembro de 1975, vendemos ele e Luís Pereira pra Espanha. Não quero lembrar. Foi a primeira sensação de perda da minha vida. Até então não conhecia ninguém que tinha morrido. Só eu, […]

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47 anos da estreia de Leivinha.

Eu tinha quatro anos. Não lembro. Um dia depois do meu aniversario de 9, em 3 de setembro de 1975, vendemos ele e Luís Pereira pra Espanha. Não quero lembrar. Foi a primeira sensação de perda da minha vida. Até então não conhecia ninguém que tinha morrido. Só eu, um pouco, naquele dia em que dois dos maiores da minha vida saíram dela.

Luisão um dia voltou, e foi Verdão de 1981 a 1985. Leiva, não. Foi São Paulo em 1979 até o joelho pendurar a chuteira. Não as dores que até hoje sente.

Leivinha me fez chorar como homem aos 9 anos. E como criança aos 46, gravando o filme do centenário do Palmeiras, que lançamos em 2016. Quando eu relembrei essa história de choro que já havia contado a ele quando trabalhamos juntos na Band. Perguntei chorando pela primeira vez no trabalho. Ele respondeu chorando, como se vê no trailer do 12 de Junho de 93 – O Dia da Paixão Palmeirense.

Leivinha conseguia ser ídolo ao lado de Ademir, Dudu, Luisão e Leão. Artilheiro com o Maluco do César. Mais um craque naquela Academia. O melhor cabeceador que vi. Técnica, tempo de bola e impulsão. E leveza para driblar e jogar.

E pedalar à frente dos marcadores. Até dos goleiros. O último gol dele pelo Palmeiras no Brasil foi na Máquina do Fluminense. Deixou sentado o goleiro Nielsen numa passada elegante sobre a bola. Me deixaria prostrado depois pela ausência que nem a presença no ano seguinte de Jorge Mendonça com a 8 saciaria.

Leivinha pode não estar entre os 10 melhores do Palmeiras. Mas, na lembrança afetiva, e na efetiva memória de um senhor jogador, ele sempre vai subir mais que todos na área. Sempre sairá ganhando os jogos. Fazendo gols. Ou passando a bola para o mais importante Ronaldo de um dérbi fazer 1974 tão inesquecível como Leiva foi de 1971 a 1975.

Faz 47 anos que Leivinha apareceu bem na foto que hoje ele segura amassada. Farão mais todos os meus anos para alguém subir mais que ele no meu conceito. Não adianta. Posso ter visto jogadores ainda melhores que ele. Mas mais ídolos?

De cabeça, de primeira, do jeito que ele jogava? Não tem. De coração? Só ele.

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Amarcord: Palmeiras 0 x 0 São Paulo, campeão brasileiro de 1973, em 20/2/1974 https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/amarcord-palmeiras-0-x-0-sao-paulo-campeao-brasileiro-de-1973-em-20-2-1974/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/amarcord-palmeiras-0-x-0-sao-paulo-campeao-brasileiro-de-1973-em-20-2-1974/#respond Wed, 07 Mar 2018 23:35:48 +0000 https://nossopalestra.com.br/2018/03/07/amarcord-palmeiras-0-x-0-sao-paulo-campeao-brasileiro-de-1973-em-20-2-1974/

Foi a primeira final em estádio da minha vida, aos 7 anos. Foi a única que vi com meu pai. (No SP-74 ele não quis ser um dos 20 mil palmeirenses contra 100 mil corintianos. No SP-76 ele apresentava o JORNAL BANDEIRANTES e não conseguiríamos chegar a tempo no Palestra. No BR-78 eu dei pra […]

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Foi a primeira final em estádio da minha vida, aos 7 anos. Foi a única que vi com meu pai. (No SP-74 ele não quis ser um dos 20 mil palmeirenses contra 100 mil corintianos. No SP-76 ele apresentava o JORNAL BANDEIRANTES e não conseguiríamos chegar a tempo no Palestra. No BR-78 eu dei pra trás no primeiro jogo decisivo contra o Guarani. Ele fazia o JORNAL NACIONAL e o JORNAL DA GLOBO no SP-86. Sorte dele contra a Inter de Limeira…)

Desde o SP-91 eu já trabalhava em rádio, TV e jornal. Eu estava sempre nas cabines. Ele, algumas vezes nas arquibancadas. Quando tinha coragem de ir. O Palmeiras era a única coisa que o tirava do sério. Ele e todos nós.

A única decisão que vimos juntos (e também com minha mãe e meu irmão) foi a do BR-73. Meu primeiro Choque-Rei. Quarta à noite, mais de 76 mil no Morumbi, o empate era nosso no quadrangular final. Vencemos o Cruzeiro no Mineirão por 1 a 0. Viramos 2 a 1 com gol de Luís Pereira contra o Inter, também no estádio do rival. Bastava o empate. Como no BR-72 contra o Botafogo. Como no SP-72 no Pacaembu contra o mesmo São Paulo.

Ademir dava a Guia da Segunda Academia de Brandão. Ele e Zeca jogaram todos os 40 jogos do time que só levou 13 gols! A melhor média defensiva da história do Brasileirão. Um time que goleava por 1 a 0. Fazia o necessário. E muito melhor que a concorrência.

O Palmeiras chegou ao Morumbi e Osvaldo Brandão abriu o jogo. Ronaldo entraria na ponta-direita no lugar de Edu. César Maluco seria o centroavante. O velho mestre ainda fez questão de fazer algo raro na época: prender a escalação na porta do vestiário, num papel branco escrito por ele mesmo. Aquele time que, salvo essa alteração na ponta, era o que até os adversários conheciam e reconhecem até hoje: Leão, Eurico, Luís Pereira, Alfredo e Zeca; Dudu e Ademir da Guia; Ronaldo no lugar de Edu, Leivinha, César e Nei. A Segunda Academia que era um poema. Rima que era seleção. Com seis convocados por Zagallo para a Copa no meio daquele 1974.

Do baixo dos meus sete anos, no anel intermediário do estádio, mais para a bandeira de escanteio da meta à direita das cabines da TV, eu vi um primeiro tempo de muitas porradas. Até Ademir da Guia rasgou parte da chuteira de Forlán, pai do Diego, e um dos mais violentos e maldosos jogadores da história. O Divino foi diabólico como Forlan, os centrais Paranhos e Arlindo, e o volante Chicão. Quarteto da porrada. Poucos times tiveram tantos jogadores violentos como os quatro. E sem ser necessária tanta violência. Forlan e Chicão sabiam jogar.

O primeiro tempo foi essa pancadaria sanguinária – também do pilhado Palmeiras. Na bola, o campeão brasileiro de 1972 foi melhor. Só não abriu o placar e mesmo o ampliou porque Valdir Peres fez a partida que acabaria o levando para ser o terceiro goleiro do Brasil na Copa-74. Reserva do reserva de Leão.

A segunda etapa foi melhor. O São Paulo resolveu jogar. O Palmeiras, mais ainda. Só não ganhou porque o goleiro tricolor falecido no ano passado foi mais uma vez sensacional. É o que li nos acervos dos jornais agora. É o que lembro daquela noite há 44 anos. É o que não vi no Morumbi. Porque todo ataque do Palmeiras com Ronaldo passando por Gilberto, Leivinha escapando das pancadas de Chicão, Ademir e o não menos genial Pedro Rocha jogando muito, Nei respondendo na bola e a dribles aos padrões e pavores de Forlán (e a zaga verde também baixando o guatambu no ótimo ataque tricolor), tudo que o Verdão criava e chegava ao ataque, eu não via mais nada: a torcida se levantava quando o Palmeiras chegava próximo á área de Valdir. Eu, do baixo dos meus sete anos, também me levantava. Mas não conseguia ver nada. Só as costas de palmeirenses pulando e não vendo também os gols porque Valdir Peres não deixava com uma atuação fantástica. Tipo a do Zetti na Libertadores-94, no Pacaembu.

Aquele 0 x 0 de 27 de abril de 1994 é pra esquecer. Mas esse de 20 de fevereiro de 1974 é pra guardar nós mesmos olhos que só puderam ver as costas de palmeirenses que se levantavam e me tiravam a visão do campo.

Só lembro depois do apito final, a família gritando que era campeã, a festa do time no gramado do rival, a pizza no restaurante Forno, na Joaquim Floriano, com a fumaça dos cigarros que então se permitiam, o vinho que meu pai bebeu com a família, muitos palmeirenses celebrando o que era o bicampeonato nacional seguido ao de 1972.

E eu que não vi gols, e não os teria visto se eles tivessem acontecido pelo meu tamanho, nunca mais vi o Palmeiras ser campeão ao lado do meu pai.

Desde a Copa do Brasil-15, só vejo acima. E vejo cada vez melhor.

PALMEIRAS 0 X 0 SÃO PAULO

Campeonato Brasileiro de 1973 / quadrangular Final – Jogo Decisivo

Quarta-feira, 20 de fevereiro de 1974

Morumbi

Juiz: Arnaldo César Coelho (RJ)

Renda: Cr$ 997 860

Público: 76 549

PALMEIRAS: Leão; Eurico, Luís Pereira, Alfredo e Zeca; Dudu e Ademir da Guia; Ronaldo, Leivinha, César e Nei.

Técnico: Osvaldo Brandão

SÃO PAULO: Valdir Peres; Forlán (Nelsinho), Paranhos, Arlindo e Gilberto; Chicão e Pedro Rocha; Terto, Zé Carlos (Ratinho), Mirandinha e Piau

Técnico: José Poy

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A camisa de pai para filho: todo o amor de Vágner Bacharel e da Família Palmeiras https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/a-camisa-de-pai-para-filho-todo-o-amor-de-vagner-bacharel-e-da-familia-palneiras/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/a-camisa-de-pai-para-filho-todo-o-amor-de-vagner-bacharel-e-da-familia-palneiras/#respond Tue, 06 Mar 2018 11:08:18 +0000 https://nossopalestra.com.br/2018/03/06/a-camisa-de-pai-para-filho-todo-o-amor-de-vagner-bacharel-e-da-familia-palneiras/

O pai de Wagner Júnior morreu em 20 de abril de 1990. Um erro de avaliação médica não detectou um acidente no trabalho e ele morreu quando o filho tinha cinco anos. A mãe doou os vários uniformes de trabalho do pai e também os que ele havia trocado com colegas. Júnior ficou sem lembrança […]

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O pai de Wagner Júnior morreu em 20 de abril de 1990. Um erro de avaliação médica não detectou um acidente no trabalho e ele morreu quando o filho tinha cinco anos.

A mãe doou os vários uniformes de trabalho do pai e também os que ele havia trocado com colegas. Júnior ficou sem lembrança material. Só a insuportável saudade do pai.

Um modo de diminuir a distância infinita era vê-lo em ação em gravações de fitas de videocassete. Para minimizar a ausência, o menino de seis anos resolveu escolher em 1991 qual seria o local de trabalho de Vágner pai com o qual ele mais se identificava.

⁃ Depois que meu pai faleceu, eu estava buscando um time pelo qual torcer. Sempre torci pelos clubes onde ele jogou. (E não foram poucos…).

Lá no fundo, sem saber sabendo, Júnior queria se identificar com uma só camisa. Como seu pai como zagueiro e lateral havia jogado por Madureira, Internacional, Joinville, Palmeiras, Botafogo, Guarani e Paraná Clube. Como se fosse sempre um só clube em toda a carreira. Com o mesmo empenho e seriedade em campo. Com o mesmo astral e humor com que chamava todo mundo de “bacharel”. A ponto de ele mesmo virar no Palmeiras O Bacharel. Vágner Bacharel. Com V de vitória. Professor da zaga do Palmeiras de 1983 a 1987. Chegou para a reserva de Nenê Santana. Virou reserva de moral e ídolo em fase de vacas magras e burros gordos no clube.

(Um dos meus maiores ídolos. Um cara que não foi campeão. Mas foi mais capitão e vencedor e palmeirense que muitos de nós).

⁃ Em 1991, um ano depois da morte, com seis anos de idade, para tentar diminuir a saudade do meu pai, eu pegava aquelas fitas cassete e assistia a tudo que estava gravado. Os jogos dele e as matérias de TV. Não tinha Youtube. Era o jeito de eu ter contato com meu pai.

A fita VHS que o pequeno Júnior mais assistiria na vida era uma reportagem do então jovem e sempre craque Tino Marcos, na Rede Globo. Mais de cinco minutos exibidos em 28 de agosto de 1986 – dois dias depois do aniversário de 72 anos do Palestra, um dia depois de uma das maiores vitórias em 103 anos de clube: segunda semifinal do SP-86. Palmeiras 1 x 0 Corinthians no tempo anormal, gol aos 42 finais de Mirandinha (o gol como torcedor que mais fiquei sem ar na vida). Na prorrogação, mais dois gols. Um olímpico de Éder. Palmeiras finalista do Paulistão. Uma das maiores partidas da história do clube. Aquela que a torcida gritou “justiça” entre o jogo e a prorrogação depois da péssima arbitragem na primeira semifinal. Quando o primeiro dos tantos erros a favor do rival foi a anulação de um gol legalíssimo do pai do Wagner. Com W de “win” – vencer, em inglês.

⁃ Foi ali, vendo e revendo aquela fita de 1986, que eu aprendi a cantar o hino do Palmeiras. Eu via sempre a reportagem do Globo Esporte não só pelo resultado, pelo show do Mirandinha… Também porque aparecia meu pai puxando o time como capitão e entrando em campo com aquela camisa da Cassino, a patrocinadora então. A matéria acabava com o hino depois da entrevista do meu pai já sem camisa. Eu ouvia e ficava repetindo. Aprendi assim a cantar nosso hino.

Era o Palmeiras mais uma vez aproximando pela vida pai e filho. Um pai que não era Palmeiras na infância. Um filho que perdera o pai com cinco anos e ainda não achara o time que aquela reportagem e aquela vitória deram a ele, aos seis anos.

⁃ Foi ali que eu realmente me identifiquei como palmeirense. E arrumei uma maneira de ficar mais perto do meu pai.

No final da matéria da Globo, um repórter perguntou ao pai de Júnior se ele teria preferência pelo Santos ou pela Inter de Limeira na final do SP-86. Vágner Bacharel respondeu com o mesmo vozeirão que hoje também tem o filho:

⁃ Só tenho preferência pelo título paulista.

Preferência pelo Palmeiras que tão bem defendeu de 1983 a 1987. Foram 260 jogos e muitos 22 gols. Fazendo dupla de zaga espetacular com o mito Luís Pereira. Zaga que evitava e fazia gols em 1983-84. E que Wagner Antunes Júnior não viu jogar. Na véspera do nascimento, o pai venceu o Taquaritinga por 2 a 0, no interior. No jogo seguinte, 3 a 0 na Portuguesa. Sem folga-paternidade. Bacharel jogou todas, pelo SP-84.

⁃ Nasci em 9 de julho de 1984. Infelizmente só lembro o meu pai jogando a partir do Guarani, de 1988 em diante… Só lembro as resenhas dele com meu tio Luís Pereira. Papos que ouvi até o último dia de vida dele. Eles eram unha e carne. Pareciam irmãos.

Uma mesma família nos defendendo e também atacando para nos defender. Família Palmeiras que o filho do Bacharel fez questão de adotar. No dia em que os reservas do Palmeiras jogaram pouco pelo SP-18 contra o São Caetano (terra onde cresceu Luisão Pereira, o Chevrolet), Júnior só pôde celebrar a chegada pelo Mercado Livre de uma réplica da camisa que o fez palmeirense. A que o pai usou nos 3 a 0 de 1986.

⁃ Essa camisa da Cassino daquele jogo representa para mim o sentimento de ser palmeirense. Eu posso dizer que me tornei palmeirense também por causa dela. Sempre tive o sonho de ter essa camisa.

Não é a original. É cópia muito bem feita pela Camisa Retrô Palmeiras. Mas o sentimento de quem a veste é maior do que tudo. Não tem réplica. É só original. Verdadeira. De pele. Não a segunda. A única.

O filho do Bacharel ainda procura uma camisa original muito bem suada e usada pelo pai. Quem souber, dê um toque. E, mesmo se você não souber quem tenha alguma de 1986, ou de todos os anos em que Bacharel a honrou, lembre sempre que esse sentimento não tem título. Não tem idade. Nem camisa para usar. Tem família para honrar. Tem berço que não se toca. Tem o amor de um filho pelo pai que não se troca. Tem o amor pelo Palmeiras que os dois construíram mesmo sem conversarem a respeito.

Não precisa. Preciso é o Palmeiras.

Tem respeito. Tem Palmeiras.

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O Palmeiras faz chover https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/o-palmeiras-faz-chover/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/o-palmeiras-faz-chover/#respond Wed, 07 Feb 2018 16:36:02 +0000 https://nossopalestra.com.br/2018/02/07/o-palmeiras-faz-chover/

Atire o primeiro Kichute encharcado quem não amava jogar bola na chuva. Tire da carteira sua carteirinha de sócio-torcedor quem não tem lindas e aguadas histórias de jogos sob tormenta para lembrar. Em 28 de janeiro de 1951, o Paulista do Ano Santo de 1950 foi conquistado no Pacaembu no célebre Jogo da Lama, em […]

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Atire o primeiro Kichute encharcado quem não amava jogar bola na chuva. Tire da carteira sua carteirinha de sócio-torcedor quem não tem lindas e aguadas histórias de jogos sob tormenta para lembrar.

Em 28 de janeiro de 1951, o Paulista do Ano Santo de 1950 foi conquistado no Pacaembu no célebre Jogo da Lama, em arrancada sensacional do Verdão em busca de título que parecia perdido. O Choque-Rei da foto do Jair Rosa Pinto pilhando o Palmeiras na conquista do estadual contra o São Paulo. Título que nos deu o direito de jogar e ganhar a Copa Rio de 1951. O gol de empate e do campeonato foi de Aquiles, em grande lance de Jair. Aos 15 do segundo tempo, Jajá driblou as poças do Pacaembu depois de receber de Rodrigues Tatu e bolou o lance que o goleiro Mário não conseguiu segurar. A bola ficou próxima a ele, parada na poça e na lama. Mas distante o suficiente para a flecha Achilles chegar primeiro e inundar a rede adversária. Gol da lama e de grama, gol da poça e do Palmeiras, da raça e da graça do Jair verde.

A chuva valeu caneco em 1951. E já vi virar jogo em 1983. Noite de sábado com 47 mil palmeirenses no Morumbi para ver a estreia de Batista com a camisa 5. Volante do Grêmio e do Brasil em 1978 e 1982. Primeiro tempo igual e sem gols contra o Bahia. Até um temporal fazer a arquibancada virar mar. E a torcida esquentar vibrando e cantando para fugir da água fria. Foram 15 minutos de “Palmeiras” pulando e pulsando. Suficientes para, em 19 minutos de segundo tempo, o Palmeiras de Rubens Minelli marcar quatro gols. O primeiro com o nosso maior zagueiro – Luís Pereira. O segundo com um craque sonado que acordou com o grito somado – Enéas. Mais dois de Seixas. Mas foram mesmo quatro pela torcida que esquentou o jogo amarrado pela tromba d’água no Morumbi.

(Os gols de 1983 você vê abaixo).

https://youtu.be/sTFlKzCPhOY

Chuva que nos deu goleada em 1983, chuva que nos atrapalhou na derrota para o XV de Jaú, em 1985. Era só ganhar no Palestra para se classificar para a semifinal do Paulista. O Corinthians perdera jogo imperdível na manhã daquele domingo contra o Comercial, em Ribeirão Prato. O Palmeiras desenganado passou a depender apenas dele, à tarde, no Palestra. Eu ainda consegui ingresso. Mais de 30 mil não precisaram dele. O estádio foi tomado por uma torcida que o invadiu sem tíquete em um dos maiores públicos da história. Não computado. Muito menos processado pela tempestade que caiu sobre nossas cabeças e sobre nosso time.

(Trecho do documentário 12 DE JUNHO DE 93 – O DIA DA PAIXÃO PALMEIRENSE, dirigido por Jaime Queiroz e Mauro Beting).

https://youtu.be/ae-sVmHKiZw

Perdemos de virada por 3 a 2. No apito final já com algum sol, oficialmente passamos a viver então a maior fila de títulos do clube (que perduraria até 1993). Ninguém processou o clube pela chuva, pelo time, pela derrota, pela fila, pelo ingresso não cobrado, pelo estádio invadido. Eu fiquei meia hora olhando o gol da piscina debaixo do placar eletrônico (atual Gol Norte). Na mesma pose em que o goleiro reserva Martorelli ficou no banco.

Olhávamos para o infinito. Ou pior: para o inferno.

Dizem que choveu. E não foi pouco. Mas juro. Debaixo do placar, não lembro ter ficado ensopado como fiquei. Não lembro como meus amigos voltaram para casa encharcados pela enxurrada que nos levou. Não lembro um pingo de chuva. Só as lágrimas secas da derrota absurda.

Lembro sempre como ganhamos na água e na marra o jogo do Bahia em 1983. Como a mágoa e o barro do XV de Jaú não seca depois de 32 anos.

E mesmo defendendo o direito do cliente ao lugar marcado e não molhado no Allianz, como já publiquei a respeito em texto anterior, ainda vou lembrar com mais gosto os desgostos do cimento por vezes amaldiçoado do velho Palestra. O cheiro da casca do amendoim molhado na imagem do amigo Rodrigo Barneschi na nossa casa. As galochas do Bindi, as chagas do Iamin, os chatos de galocha das arenas e dos Parques.

Não quero ficar molhado pagando tão caro. Mas não tem preço misturar as lágrimas de chuva com aquela rede estufada pelo Evair no Derby de 1992, levantando cortina de água quando beijou a rede lateral, no gol da vitória de falta.

(O gol de Evair no SP-93).

https://youtu.be/0Wy2i7fAw60.

Aquele gol da lama que nunca vimos e sempre ouvimos em 1951.

Todos aqueles jogos em que aprendemos como ser o que somos na chuva e no barro. Não nas barras e nos berros dos tribunais.

Deixa chover, Palmeiras.

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Ha 43 anos por 21 https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/ha-43-anos-por-21/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/ha-43-anos-por-21/#respond Fri, 22 Dec 2017 15:20:21 +0000 https://nossopalestra.com.br/2017/12/22/ha-43-anos-por-21/

O reserva Jair Gonçalves cruzou da direita. Leivinha ganhou de cabeça do tricampeão mundial Brito – como ganha nas cabeçadas de qualquer brasileiro que vi jogar. Ele tocou para o substituto de César emendar de sem-pulo. 1 a 0. O mais decisivo Ronaldo dos Dérbis paulistas abriu o placar que só não foi maior por […]

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O reserva Jair Gonçalves cruzou da direita. Leivinha ganhou de cabeça do tricampeão mundial Brito – como ganha nas cabeçadas de qualquer brasileiro que vi jogar. Ele tocou para o substituto de César emendar de sem-pulo. 1 a 0. O mais decisivo Ronaldo dos Dérbis paulistas abriu o placar que só não foi maior por conta de um lance de gol mal anulado depois (e, sim, na origem do gol, Luís Pereira fez falta em Rivellino).

22 de dezembro de 1974. A segunda Academia ganhava seu segundo paulista em três anos. Em fevereiro daquele mesmo 1974 vencera o bi brasileiro. Em agosto ganhara o Ramón de Carranza na Espanha eliminando o Barcelona de Cruyff, Neeskens e Rinus Michels. Os caras que um mês antes encantaram o mundo na Copa da Alemanha com a Laranja Mecânica da Holanda. Mundial que talvez fosse diferente se Zagallo tivesse utilizado melhor os seis palmeirenses que convocou para a Copa de 1974.

Isso tudo e muito mais era a segunda Academia de Brandão. LeãoEuricoLuísPereiraAlfredoeZecaDUDUeADEMIRDAGUIAEduLeivinhaCésareNei. Rima que era seleção. Time que fazia um a zero e bastava. Ou nem gol precisava fazer para ser campeão. Como foi no SP-72. BR-72. BR-73.

Mas nem assim era o favorito para a imprensa. O campeão do turno estava 20 anos sem ser campeão. E ainda assim o alvinegro era o favorito. O campeão do returno vinha melhor. Vinha Palmeiras. E não era o favorito.

Não foi mesmo melhor no empate por 1 a 1 no Pacaembu, no primeiro jogo. Leão fechou o gol. No Morumbi, 100 mil alvinegros e uns 20 mil alviverdes encheram o estádio na tarde feia. Parecida com o 12 de junho de 1993. Em tudo.

Eram favoritos. Sairiam da fila contra o maior rival. E deixariam o adversário mais um ano na fila.

Tudo isso aconteceu. Mas teria de sair na sessão de ERRAMOS do jornal. Os vencedores foram outros. Ou quase sempre os mesmos nos Dérbis decisivos.

Só se o Palmeiras ficar 20 anos na fila e cair para o rival será possível devolver a derrota de 1974. Só se o Palmeiras deixar o adversário sair da fila de 16 anos para devolver 1993.

Ou só se um símbolo como Dudu desmaiar depois de uma falta cobrada por um gênio como Rivellino e logo depois reaparecer na barreira e dela só ser tirado por ordem do árbitro.

– Sai daí, velhinho. O Rivellino vai acabar te matando!

Não matou. Mas se preciso Dudu morreria pelo Palmeiras. Era Dérbi. É Palmeiras. É campeão há 41 anos. E contando.

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