Arquivos tag-Guilherme Cimatti - Nosso Palestra https://nossopalestra.com.br/assunto/tag-guilherme-cimatti/ Palmeirenses que escrevem, analisam, gravam, opinam e noticiam o Palmeiras. Paixão e honestidade. Tue, 07 Jan 2020 15:21:13 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.2 Carta de recomendação ao Coudet: leve o Deyverson, Edu https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/carta-de-recomendacao-ao-coudet-leve-o-deyverson-edu/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/carta-de-recomendacao-ao-coudet-leve-o-deyverson-edu/#respond Tue, 07 Jan 2020 15:21:13 +0000 https://nossopalestra.com.br/2020/01/07/carta-de-recomendacao-ao-coudet-leve-o-deyverson-edu/

(Montagem feita por Thiago Rocha) Oi, grande Eduardo Coudet. Tudo bem? Escrevo essa carta para saber como estão as coisas. Como está a adaptação aí em Porto Alegre? Imagino que bem. O churrasco daí é bom demais. Recomendo as melhores casas da região. Na Argentina vocês têm o bife de chorizo. É uma delícia. Aí […]

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(Montagem feita por Thiago Rocha)

Oi, grande Eduardo Coudet. Tudo bem? Escrevo essa carta para saber como estão as coisas. Como está a adaptação aí em Porto Alegre? Imagino que bem. O churrasco daí é bom demais. Recomendo as melhores casas da região. Na Argentina vocês têm o bife de chorizo. É uma delícia. Aí pode pedir a picanha. É a preferida da maioria dos brasileiros. Eu, como vou contra a maré, gosto mais da costela. A variedade é grande, no entanto.

Sabe, Edu. Primeiro: desculpa a intimidade. É que quero me aproximar de sua senhoria para dar algumas dicas do meu país. Como não sei se você acompanhava o futebol brasileiro lá do Racing, há muito talento pouco aproveitado por aqui. Primeiro: você já deve ter ouvido falar no Ronaldo Fenômeno. Foi um gênio. Existe um cara que tem a velocidade e o poder de finalização dele. Se chama Deyverson. Calma. Sei que é difícil falar: Dey-ver-son. Fez o gol do título nacional do Palmeiras em 2018.

Não anda em boa fase, falarão por aí. Perde a cabeça fácil, é criticado pela torcida, todos querem longe. São os boatos da oposição. Mas pense comigo: nenhum dos críticos entende de futebol. Se entendessem mesmo seriam treinadores. Você entende. Você é malandro da bola. Você sabe reconhecer a qualidade de um craque. O Inter perdeu – ou vai perder – o Paolo Guerrero. Já não tem o Sóbis. Não acha que precisa de um centroavante?

O Deyverson está dando sopa no mercado. Tem só 28 anos. Ou seja: oito a menos do que o peruano. OITO. A China tentou fazer de tudo para leva-lo pra lá. Ofereceu milhões e milhões de reais e nada. E veja só: ele é tão fiel ao time que está que nem se interessou em sair. Bateu o pé e quis ficar. Mas o tempo passou e sabe como é. Ele se separou, voltou a namorar, fez tatuagem. É um menino romântico. Ama com muita facilidade.

Pode crer, Edu. Nos primeiros meses ele já faria uma bela tatuagem do Inter no peito. Capaz até de desenhar seu rosto na barriga. Deyverson retribui com muito amor o carinho que passam pra ele. E vai por mim: quando está apaixonado, ninguém segura. Faz gol igual água. E antes de me despedir, mais um conselho: tem o Carlos Eduardo também. Cadu é um ponta de muita velocidade. O apelido dele é trovão, filho do vento.

Não consulte outras fontes. Elas podem te confundir. Acredite em mim.

Abraço e boa sorte no Colorado.

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Nós sonhamos com o Palmeiras ofensivo de quase sempre https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/nos-sonhamos-com-o-palmeiras-ofensivo-de-quase-sempre/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/nos-sonhamos-com-o-palmeiras-ofensivo-de-quase-sempre/#respond Tue, 03 Dec 2019 17:35:46 +0000 https://nossopalestra.com.br/2019/12/03/nos-sonhamos-com-o-palmeiras-ofensivo-de-quase-sempre/

(Foto: Cesar Greco/Agência Palmeiras/Divulgação) O Palmeiras está no caminho certo. O caminho certo é o que leva ao gol adversário. Não é o que só prioriza o sistema defensivo. O caminho certo é o mesmo que Ademir percorreu com elegância. Que Edmundo invadiu com velocidade. Que Evair tocou com classe. O caminho para as vitórias […]

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(Foto: Cesar Greco/Agência Palmeiras/Divulgação)

O Palmeiras está no caminho certo. O caminho certo é o que leva ao gol adversário. Não é o que só prioriza o sistema defensivo. O caminho certo é o mesmo que Ademir percorreu com elegância. Que Edmundo invadiu com velocidade. Que Evair tocou com classe. O caminho para as vitórias não é necessariamente a retranca. Mano Menezes, Fábio Carille, Abel Braga e tantos outros estão pagando seus pecados. Quem ganhou foi quem jogou.

Sorte imensa do futebol brasileiro. E do Palmeiras.

O caminho de Jorge Sampaoli pode ser o Palmeiras. O argentino fez no Santos o que a torcida queria: um grupo atacante, corajoso, ofensivo. Mesmo sem grande qualidade e dinheiro. Sampaoli sabe respeitar a tradição do clube e também seu modo de ver o jogo. Fez o Chile ser campeão da Copa América pela primeira vez. Sem valores como os outros, sem favoritismo como Brasil e Argentina, sem protagonismo antes de a bola rolar. Sampaoli pode representar uma enorme mudança no alviverde. Se vier.

O caminho que queremos é o que levou Alex até a rede do River. Arce e Júnior chegando. Cafu e Roberto Carlos – em tempos diferentes – apoiando. É Leivinha encontrando. César marcando. A estrada palmeirense passa por Heitor, Chinesinho e Julinho. Segue por Zinho, Sampaio e Dudu. O Palmeiras é o atacante driblando. Não é só o zagueiro chutando para frente. É construção, não pontapé. É passe. É a saída de muitos trastes que não correm em campo o que gritamos fora dele. É evoluir e nunca retroceder.

Jorge não fala português. Nunca se esforçou para aprender nosso idioma. E, mesmo assim, sabe se comunicar muito melhor com a torcida e com a imprensa do que a maioria esmagadora dos técnicos brasileiros. Jorge tem filosofia muito mais nacional do que tantos que enxergam mais os três pontos do que as cinco estrelas no peito. Nosso futebol não é o que tem sido. Merecemos mais. Sampaoli é mais. Maior do que eles.

O caminho palmeirense em 2019 foi de estrada esburacada e semáforos fechados. O sinal verde não abriu. A luz amarela brilhou mais do que a vermelha. Significa atenção.

Não é tarde para tirarem da cabeça de certos dirigentes essa ideia errada de que o Palmeiras tem de jogar como time pequeno para ganhar. Não só o Palmeiras. O Corinthians, o São Paulo, o Cruzeiro, o Internacional…

Nem todos os caminhos levam ao brilho nos olhos.

O semáforo abriu. Sinal verde.

Feliz é o time que tem a esperança como cor.

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Queria sua saída, Felipão. Mas você não sairá do nosso coração verde https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/queria-sua-saida-felipao-mas-voce-nao-saira-do-nosso-coracao-verde/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/queria-sua-saida-felipao-mas-voce-nao-saira-do-nosso-coracao-verde/#respond Tue, 03 Sep 2019 00:15:55 +0000 https://nossopalestra.com.br/2019/09/03/queria-sua-saida-felipao-mas-voce-nao-saira-do-nosso-coracao-verde/

(Foto: Cesar Greco/Agência Palmeiras/Divulgação) Felipão, RelacionadasAbel Ferreira vê Palmeiras melhor do que Flamengo em empate: ‘Pressionamos mais’Opinião: ‘No Brasileirão, os meios importam pouco. Palmeiras vence e vai em busca do tri!’Opinião: ‘Querida Copa, estava com saudades’Eu queria que você saísse. Ontem citei Belchior: o passado é uma roupa que não nos serve mais. As coisas […]

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(Foto: Cesar Greco/Agência Palmeiras/Divulgação)

Felipão,

Eu queria que você saísse. Ontem citei Belchior: o passado é uma roupa que não nos serve mais. As coisas não estavam se ajeitando bem. O time claramente não evoluía, não atacava, não se impunha. Foi um chocolate do Flamengo no Maracanã. Um show de horrores – também – a entrevista coletiva. Apático. Talvez apático seja o termo mais próximo do que aconteceu no final de semana. E você nunca foi apático. Scolari é explosão. É luta. É guerra. É título.

Queria sua saída, Felipão. Domingo mordi os dedos, engoli as unhas, bati o pé em casa. Morri de raiva. Amor e ódio são sentimentos opostos, mas que andam juntos. São extremos. Te amei em 99. Te amei e te odiei em 2012. Só fui campeão por sua causa em 2018. Mas agora não dava mais. A vida segue.

A vida seguiu em dois mil quando você deixou o Palmeiras. Seguiu em 12 quando o nosso alviverde estava virtualmente rebaixado. Seguiu nos mais de 16 anos sem troféu. Seguiu pós-Parmalat. Vai seguir depois da Crefisa, do Galiotte, do Dudu. E do Prass, Gustavo Gómez, Dracena. E vai seguir – de novo – sem Felipão.

Há quem diga que você não é a cara do Palmeiras. Que joga retrancado, defensivo, com certo receio exagerado do adversário. Mas é inegável que a Libertadores de vinte anos teve sua cara. Sua força, seu berro, seu grito. O futebol é assim. Coisas resolvidas se tornam questionáveis. Ano passado já é passado. Seu grupo é muito mais o quinto colocado do que o atual campeão.

Queria sua saída, Felipão. Mas admito certa tristeza. Você foi o técnico que me fez gostar de futebol. Suas broncas no Paulo Nunes, sua insistência no Oséas, sua crença em são Marcos. Sua corrida para os gandulas depois de Zapata bater pra fora. Seu esticar de braços depois do santo saltar e evitar o sorriso de Marcelinho. Scolari é parte importante na história do Palmeiras. Na minha história. Na de todos que cantaram e vibraram por você. Com você.

O Palmeiras segue. Segue com bom time, com ambição, com vontade de ganhar. Precisa – talvez – de outra cabeça para planejar. Jogar melhor. Pensar maior. Queria que você saísse, Felipão. Ontem citei Belchior para dizer que 2019 não estava se ajeitando no seu espírito. O passado realmente é uma roupa que não nos serve mais. Mas nós sempre seremos você. Sempre amaremos o que foi construído.

E, ainda segundo Belchior, amar e mudar as coisas me interessa mais.

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O Palmeiras de Felipão parece cantor sertanejo: ama sofrer https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/o-palmeiras-de-felipao-parece-cantor-sertanejo-ama-sofrer/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/o-palmeiras-de-felipao-parece-cantor-sertanejo-ama-sofrer/#respond Thu, 07 Mar 2019 15:00:00 +0000 https://nossopalestra.com.br/2019/03/07/o-palmeiras-de-felipao-parece-cantor-sertanejo-ama-sofrer/

(Foto: Cesar Greco/Agência Palmeiras/Divulgação) Quando eu digo que deixei de te amaaaaaaaaaaaaaaaar é porque eu te amooooooo. Um estudo do instituto de pesquisa Datamatti descobriu que 71,2% das músicas sertanejas têm traições e amores perdidos como temas centrais. É a chamada dor de corno. Ficar nos botecos, nas praças e nas calçadas se tornou rotina […]

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(Foto: Cesar Greco/Agência Palmeiras/Divulgação)

Quando eu digo que deixei de te amaaaaaaaaaaaaaaaar é porque eu te amooooooo. Um estudo do instituto de pesquisa Datamatti descobriu que 71,2% das músicas sertanejas têm traições e amores perdidos como temas centrais. É a chamada dor de corno. Ficar nos botecos, nas praças e nas calçadas se tornou rotina para quem tem tara por estar na pindaíba. A pindaíba também é fonte de inspiração. Muitas vezes o vencedor surge diante da quebradeira. Cansei de ser o seu palhaço, fazer o que sempre fiiiiiiiiiiz. A cena é comum: veias saltadas na garganta, olhos cheios de lágrimas, berrante e um coração triste.

Vim curar a dor desse mal de amor na boate aaaazuuuuul. Verde, no caso do texto de hoje. Felipão parece que faz de propósito. Tem o time muito melhor do que o adversário – infinitamente, no caso de quarta – e recua quando faz um a zero. O Verdão encurralou o Barranquilla nos primeiros minutos até a bola encontrar Scarpa, que fuzilou de esquerda. Depois disso, o Palmeiras virou letra dramática. Sem precisar chorar pelos cantos e lamentar paixões que ficaram pelo caminho. Mas doeu.

Existe a velha expressão “gostar de sofrer”. No futebol é quando o time entra em campo todo retrancado. E fica se segurando pelas beiradas para não tomar gols. A bola vai batendo na quinta e não entra. O meia vira zagueiro. O atacante vira volante. Todo mundo volta e não vai. Pode dar certo, mas eu condeno. Não gosto. Felipão muitas vezes foi campeão assim. Não vai mudar agora.

Não é só Felipão. Vários treinadores brasileiros têm essa mania de defender muito mais do que atacar. Raphael Chiummo criou frase perfeita na semana passada. Perfeita, digamos, para os adeptos da forma covarde de enxergar o futebol: “mais vale um pássaro na mão do que dois voando”. Frase genial e inédita. O passarinho do traído nem sempre encontra o céu e procura o paraíso. Frase brega e piegas essa última que algum dia será copiada por um compositor sertanejo. E vai virar moda. E vai render milhões. Talvez trilhões. E fará homens traídos e mulheres traídas chorarem horrores, desesperados. Buuuuaaaaaa.

O palmeirense acabou sorrindo. Como também sorriu no final de 2018. Mas precisava de tanto espinho nesse bolo de chocolate? Precisava de tanta canela no arroz doce? Se há elenco, se há torcida, se há estádio. Felipão segurou o mísero gol de Scarpa na Colômbia até os últimos segundos. Marcos Rocha ampliou nos acréscimos. E então o sofredor consumidor de música sertaneja – o que se tornou boa parte dos torcedores do futebol brasileiro – tirou o pé de vez da lama. E festejou o maravilhoso resultado.

Diniz, Sampaoli e Renato são os únicos que não dançam diante do ritmo caipira. Preferem a alegria e desprezam a dor. Gostam mais de cinco a quatro do que de um a zero. Enaltecem a bitoca e criticam o adeus. São os verdadeiros românticos. nem sempre ficam com suas amadas, mas fazem a vida ter mais açúcar, mais fritura. A outra classe – Felipão e Carille, sobretudo – vai caminhando e cantando pela longa estrada da vida, tomando chutes e ataques a dar com pau, com adoçantes e saladas não temperadas. Na esperaaaaança de ser campeã, alcançando o primeiro lugaaaaaaaaaaaaar.

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Desculpa, Felipão. Você não é só o sete a um. Você é o dois a zero https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/desculpa-felipao-voce-nao-e-so-o-sete-a-um-voce-e-o-dois-a-zero/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/desculpa-felipao-voce-nao-e-so-o-sete-a-um-voce-e-o-dois-a-zero/#respond Fri, 21 Sep 2018 04:01:03 +0000 https://nossopalestra.com.br/2018/09/21/desculpa-felipao-voce-nao-e-so-o-sete-a-um-voce-e-o-dois-a-zero/

Foto: César Greco/ Ag. Palmeiras/ Divulgação Seu time foi você quando se lançou para o ataque logo no começo do jogo. E triangulou até Bruno Henrique chapar a bola aos dois minutos do primeiro tempo. Seu time foi você sendo melhor durante toda etapa inicial. Criando chances com os velozes Dudu e Willian. E foi […]

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Foto: César Greco/ Ag. Palmeiras/ Divulgação

Seu time foi você quando se lançou para o ataque logo no começo do jogo. E triangulou até Bruno Henrique chapar a bola aos dois minutos do primeiro tempo. Seu time foi você sendo melhor durante toda etapa inicial. Criando chances com os velozes Dudu e Willian. E foi você, principalmente, sempre que Borja virou quase que volante para auxiliar na marcação. Quando não foi zagueiro.

Seu time foi você quando piorou no segundo tempo. Ao se defender mais do que agredir. Ao se prevenir mais do que pensar na possibilidade de remediar. Seu time viu o time deles passar de lá para cá. Assistiu Valdívia mostrar habilidade no drible e no toque. Ficou olhando o chileno ser a peça diferente da engrenagem do Colo-Colo.

E seu time tomou sustos.

Você sabe tomar sustos e não se apavorar. Você é o gol, mas é o carrinho. É a finta, mas é o pontapé. É mais o coração do que tática.

Seu time foi você no contra-ataque. No lançamento do Dracena. Com Dudu perdendo o tempo de bola e desperdiçando grande chance com a perna esquerda que fez falta. Mas Dudu fez seu sorriso aparecer ao receber dentro da área e chutar firme contra o gol de Orion. Seu sorriso é o simbolismo do berro alviverde. Que ainda não é o de classificação. Mas é o de alívio. É o de desculpas.

Desculpa, Felipão. Eu não acreditei em você. Eu duvidei quando você chegou. Pensei em retrocesso, em desatualização, em involução. Pesou o sete a um, a desconfiança, a chuva de críticas que você ouviu quase que calado. Naquele dia, lá em 2014, você falou em apagão. Apagão em campo. Eu confesso: esqueci 1999, esqueci 2002, esqueci você.

Mas você é o Zapata batendo para fora. O Marcos se esticando. O Oséas espiritualizando. O Paulo Nunes arrancando. O Arce cruzando. O Júnior agredindo a bola. O Zinho distribuindo. O Sampaio chefiando. E é o Alex fuzilando. Resolvendo. Passando. É o Evair respeitando. O Euller arrancando. É o Palmeiras ganhando a Libertadores.

Você é o do sete a um. Mas é o do dois a zero. É o quase semifinalista. Quase: porque ainda tem um Felipe Melo para ameaçar derrubar o prédio, colocar fogo no sonho, receber cartão vermelho. Não raciocinar enquanto você verbaliza.

Eu te xinguei quando você chamou o Jean. Quando você sacou o Borja. Quando você colocou um zagueiro para tirar o volante. Quando seu time sofreu mais do que o palmeirense gostaria. Mas pouca gente gosta mais do Palmeiras do que você. E é recíproco, Felipão. Nós adoramos o Scolari. É de alma.
Foto: César Greco/ Ag. Palmeiras/ Divulgação

Você não é só o sete a um. Você é o Palmeiras.

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Felipe Melo jamais será ídolo do Palmeiras. Muito menos na marra https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/felipe-melo-jamais-sera-idolo-do-palmeiras-muito-menos-na-marra/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/felipe-melo-jamais-sera-idolo-do-palmeiras-muito-menos-na-marra/#respond Tue, 31 Jul 2018 11:00:00 +0000 https://nossopalestra.com.br/2018/07/31/felipe-melo-jamais-sera-idolo-do-palmeiras-muito-menos-na-marra/

(Foto: César Greco/ Ag. Palmeiras/ Divulgação) Nós estamos carentes. O futebol brasileiro vende logo suas peças. Antes do amadurecimento, na primeira proposta que chega, lá se vão os nossos meninos mais talentosos. Um ou outro fica aqui. Neymar, por exemplo, demorou um pouco para seguir seu rumo. Foi cedo, no entanto, mesmo assim. Migalhas continuam. […]

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(Foto: César Greco/ Ag. Palmeiras/ Divulgação)

Nós estamos carentes. O futebol brasileiro vende logo suas peças. Antes do amadurecimento, na primeira proposta que chega, lá se vão os nossos meninos mais talentosos. Um ou outro fica aqui. Neymar, por exemplo, demorou um pouco para seguir seu rumo. Foi cedo, no entanto, mesmo assim. Migalhas continuam. Há garotos que sequer vestiram camisas pesadas e já estão fora. Não é só para a Espanha, Itália e Inglaterra. Antes fosse.

Seguem para a Rússia, Marrocos, China e Arábia. O brasileiro vai para o Egito, Uzbequistão e Estados Unidos. A segunda linha de bons jogadores permanece um pouco mais. O resultado é bola na canela, erros de passe, poucos dribles. O rico Palmeiras é um dos poucos que podem apostar. Mas apostar no que sobrou no mercado da América do Sul. Apostar em Lucas Lima, Marcos Rocha, Gustavo Scarpa. E o palmeirense, consequentemente, acha que se trata de uma espécie de dream team nacional. Que se montou um grupo imbatível. O que logicamente não é verdade. O desanimo por causa dos resultados é natural, mas o que mais me dói é a idolatria por Felipe Melo. O endeusamento por ele.

Felipe Melo faz de tudo para ser ídolo do Palmeiras. Na marra, não na bola. Felipe fala coisas polêmicas, ataca jornalistas, faz faltas pesadas. Sobrevive de bons passes e lançamentos. Mesmo sendo limitado tecnicamente, sobressai no abismo do futebol brasileiro. Ver Melo acertando o companheiro a metros de distância assusta o torcedor mais carente. O torcedor que naturalmente não vê o que acontece lá fora. Só há duas certezas na vida: a morte e que Felipe Melo vai receber cartão amarelo. Mas o juiz nunca tem razão. Talvez seja coincidência: sempre com o mesmo jogador. Um injustiçado, oras.

Outro dia perguntei ao volante se o time tinha caído fisicamente no segundo tempo. Foi no jogo contra o Santos, no Allianz Parque. E ele não gostou. Atacou os que “não entendem de futebol”. Como se futebol fosse ciência exata, exclusiva de grandes pensadores contemporâneos. Acontece que saber sobre o jogo não é dádiva dada a sujeitos selecionados e abençoados como alguns se julgam. Talvez não esteja muito na moda, mas ainda sou adepto da democracia e do direito de opinião. Talvez ele não concorde. Tenho medo da resposta, inclusive.

Não precisa saber muito de bola para saber quem comprometeu o Brasil em 2010 sendo expulso contra a Holanda. Felipe era símbolo de raça na seleção de Dunga. Não de habilidade e técnica. Isso acontece hoje e é preocupante. É assustador ouvir que Felipe Melo é craque. Ou ídolo do Palmeiras. Ademir, Djalminha, Rivaldo, Leivinha e Marcos viraram ícones pelo que jogaram. Jamais pelo que falaram. Nunca tentaram plantar semente impossível de germinar. Disseram com os pés. Foram humildes sempre. Mostraram mais habilidade do que dentes.

Felipe Melo passou quase toda carreira fora do país. Voltou e viu o brasileiro absolutamente carente. Em terra de cego, quem tem um olho é rei. Mas o olho de Felipe enxerga mais as canelas adversárias do que a bola. E machuca mais do que conserta. Pobre futebol nacional.

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Voltamos a ser você https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/voltamos-a-ser-voce/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/voltamos-a-ser-voce/#respond Fri, 27 Jul 2018 10:00:00 +0000 https://nossopalestra.com.br/2018/07/27/voltamos-a-ser-voce/

(Foto: César Greco/Ag. Palmeiras/Divulgação) Eu fui você quando Zapata bateu para fora. Quando Marcos pulou para o lado esquerdo. Quando você enfaixou a perna do Arce. E fui você quando Oséas chutou sem ângulo. O Palmeiras virou contra o Flamengo. Nós fomos juntos o Palestra Itália. Seremos nós no Allianz. Nós que apoiávamos com Júnior […]

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(Foto: César Greco/Ag. Palmeiras/Divulgação)

Eu fui você quando Zapata bateu para fora. Quando Marcos pulou para o lado esquerdo. Quando você enfaixou a perna do Arce. E fui você quando Oséas chutou sem ângulo. O Palmeiras virou contra o Flamengo. Nós fomos juntos o Palestra Itália. Seremos nós no Allianz. Nós que apoiávamos com Júnior e com gente que canta e vibra. Nós que rimamos Felipão com Japão, em 99, pedindo para você ficar. E você ficou.

Nós pedimos para você ficar em 2012. E você saiu. Nós caímos. Nós dois. Assim como nós fomos o pedaço de cabeça de Betinho desviando para o gol do Coritiba. Fui você em cada chute do Marcos Assunção. E em cada engrossada de Rivaldo (o genérico, claro), Gerley, Mazinho. Fui – e acreditei em – você quando Luan corria. E errava. Quando Márcio Araújo canelava. Também fui Felipão quando Pierre saiu. Pierre que tanto foi o Palmeiras. Mas – ainda assim – eu era mais você.

Fui você quando Marcos fez a defesa mais importante da história do Palmeiras. Quando Marcelinho desperdiçou. E você saiu, sem rumo, pelo campo do Morumbi. Pelo canto que sempre te acolheu. Nós gritamos juntos. Comemoramos muito. Choramos juntos – mesmo você não estando naquele momento – quando Romário virou. Quando nossa defesa parou. O Vasco passou. E quando Alex dominou. E quando Alex fuzilou o River Plate. Quando você tentou trazer Alex de volta. E não levou em 2002. Mas venceu.

Fui Ronaldo e fui você. Principalmente Ronaldo. Quando acreditou no rebote. O rebote que você proibia, no treino, com medo de lesão. E Rivaldo. E Ronaldinho. E Denílson puxando a fila. Marcos impedindo os alemães. E os belgas. E os turcos. Marcos só foi Marcos por causa sua. O Marcos que tanto foi o Palmeiras por bastante tempo.

Também fui você em 2014. Me decepcionei como você. E com você, não vou negar. Dante jogou e falou. A Alemanha fez o que quis. Triangulou, armou, engoliu o meio de campo. Mastigou o Brasil. Fomos para o abismo. Você virou reflexo de ultrapassado. Sua imagem mudou da água para o vinho. A nossa, aliás. Nós viramos o país do vexame. A gota de chocolate. A decepção e a reciclagem. A humilhação escancarada nos olhos de David Luiz. No nosso choro.

Disse alguém há dois mil anos atrás: "não somos mais aquelas pessoas nem é mais o mesmo aquele rio". Não sei qual versão de você é a que chega. O que volta ou o que saiu pela última vez. Mas o que ficou, ficou. Para o bem e para o mal. Para o verde ou o amarelo.

Fomos você. E voltamos a ser.

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Queda dos discursos chatos de uma geração ainda imatura https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/queda-dos-discursos-chatos-de-uma-geracao-ainda-imatura/ https://nossopalestra.com.br/palmeiras/noticias/queda-dos-discursos-chatos-de-uma-geracao-ainda-imatura/#respond Thu, 26 Jul 2018 16:00:00 +0000 https://nossopalestra.com.br/2018/07/26/queda-dos-discursos-chatos-de-uma-geracao-ainda-imatura/

O discurso é cheio de enfeites e palavras complicadas. No dicionário de alguns técnicos brasileiros estão oportunizar, terços do campo, potencializar. São jovens professores – em início de carreira – ensinando jogadores com suas próprias apostilas. Criadores de métodos de ensino. São pedidos – como salvadores da pátria – por torcedores esperando o diferente. E […]

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O discurso é cheio de enfeites e palavras complicadas. No dicionário de alguns técnicos brasileiros estão oportunizar, terços do campo, potencializar. São jovens professores – em início de carreira – ensinando jogadores com suas próprias apostilas. Criadores de métodos de ensino. São pedidos – como salvadores da pátria – por torcedores esperando o diferente. E tudo é muito igual no Brasil. O que eu lamento e me frustro, sinceramente.

É difícil entender as palestras de Roger Machado. É meia hora, uma hora de um texto cheio de requintes, mas pouca objetividade durante os jogos. O Palmeiras de 2018 segurava a bola e criava menos do que se esperava. Mostrou várias vezes pouca concentração quando abria o placar. E geralmente não segurava. Saía derrotado ou com o empate. O discurso, no vestiário, elogiava o desempenho dos jogadores e dizia que só faltou o gol. E não é verdade.

Felipe Melo não merece ser titular do Palmeiras. Isso vai ser tema de outro texto. É lento, esquentado e desleixado. Faz faltas pesadas e recebe cartões amarelos idiotas. No mais, o elenco tem muitas opções para todas as vagas. Para o gol, até. E cada um faria um time diferente de onze escalados no Allianz Parque. O escrete montado por Roger Machado não convenceu. E também não merece choro de despedida. Nem lamentação do palmeirense.

O mesmo vale para Jair Ventura. Não respeitou a ideia de jogo que o Santos criou durante a história. Na verdade, a culpa é da diretoria, nesse caso. Que buscava um profissional ofensivo e – sem qualquer entendimento ou estudo – trouxe Jair. Jair sempre priorizou as defesas. Prefere desarmar a driblar. Acho até mais capacitado do que Roger, mas com propósito que não combina com o clube. E a posição na tabela era vergonhosa. O trabalho foi muito ruim. O Peixe tem bons valores e merecia mais.

Roger e Jair são professores ainda engatinhando. E não os grandes mestres que os discursos tentam vender. A palavra “tempo” é mais importante do que a palavra “oportunizar”. Talvez tenha sido cedo demais.

(Crédito da foto: Cesar Greco/Agência Palmeiras)

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  Vamos concordar: Borja é um sujeito peculiar. Ele contraria o ditado “ou você ama, ou odeia”. O colombiano, não. É capaz de ser adorado e detestado quase que no mesmo momento. É idolatrado depois de marcar três gols pela Libertadores, mas é questionado sempre que precisa dar mais de três toques na bola. Borja se […]

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Vamos concordar: Borja é um sujeito peculiar. Ele contraria o ditado “ou você ama, ou odeia”. O colombiano, não. É capaz de ser adorado e detestado quase que no mesmo momento. É idolatrado depois de marcar três gols pela Libertadores, mas é questionado sempre que precisa dar mais de três toques na bola. Borja se atrapalha, tropeça, esquece, se perde. É, porém, fatal quando precisa apenas finalizar. Seja de direita, de esquerda ou de cabeça. Borja é goleador ao mesmo tempo que é, dizem os críticos, perna de pau. Nem tanto ao céu, nem tanto ao inferno.

Borja é forte, mas não é técnico. Borja é relativamente rápido, mas não dribla. Borja tem presença de área, mas falha muito fora dela. Borja sabe sobre suas limitações. Com ele sempre há um porém, um entretanto, um todavia. Há sempre um contraponto ao seu talento. Faz três gols e não comemora. Resolve o jogo e não muda o rosto, a expressão. O atacante palmeirense não explode nem quando tritura o adversário (que, no caso, foi seu time de infância). Pouco fala. Nunca muda o tom de voz, nem o jeito de jogar. Não há quem ame Borja o tempo inteiro. Nem há quem o odeie sempre. Ele é um agora, outro completamente diferente depois de cinco minutos. Nem parece ser a mesma pessoa. Soma ao time em uma jogada e some na próxima.

Não tiro a razão de quem vaia o centroavante e nem de quem aplaude, alternando os sentimentos. A situação é nítida: Borja é caso de paixão. E paixão, você sabe, é instável. Amor é outra coisa. Amor não muda de acordo com as estações, os chutes, as temperaturas, os acasos múltiplos que cercam o futebol, a natureza e o futuro. O palmeirense ama Fernando Prass.

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Faz dez anos. Eu tinha só 17. Daqui a pouco, antes que perceba, vou estar usando bengala e óculos fundo de garrafa. Pior: estarei contando a antiga piada do ‘pavê ou pá cumê’ pra família. E falando sobre Neymar, jogador já aposentado, para os netos. Relembrando a história de Rodrygo e Vinícius Júnior que – sei que parece […]

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Faz dez anos. Eu tinha só 17. Daqui a pouco, antes que perceba, vou estar usando bengala e óculos fundo de garrafa. Pior: estarei contando a antiga piada do ‘pavê ou pá cumê’ pra família. E falando sobre Neymar, jogador já aposentado, para os netos. Relembrando a história de Rodrygo e Vinícius Júnior que – sei que parece que não – um dia vão se aposentar. Véio, nóis, tio e tamo junto serão os supimpas de amanhã. “E aí, tio? Qualé o rolê de hoje, mano?”, iniciaremos dessa maneira as conversas com nosso netos. “Fica ligado, brou. Vamo fazê um corre, truta”, convidaremos assim, cheios de gírias, os pequenos para o jantar em 2068. O tempo corre.

 

Mas voltando ao passado: era 2008. Luxemburgo era o melhor técnico do Brasil. Tinha acabado de assumir o clube e contava com investimento. Montou um belo time e foi pra final do estadual. Eu estava no Palestra Itália com meu tio Carlos quando o Palmeiras ganhou da Ponte Preta e conquistou seu último título paulista. E goleada: cinco a zero. Sinto falta principalmente da rede do Parque. Pode parecer estranho, mas ver a bola entrando no gol antigo era meio que mágico pra mim. Também tenho saudade de como o estádio era aberto, das piscinas, dos cantos da torcida. O escudo atrás de uma das traves. O gramado estreito. O jardim suspenso.

 

Reconheço que o Allianz Parque é maravilhoso e tem tudo que as novas arenas precisam ter. É espaçoso, confortável, acústico, coberto. É aconchegante, moderno e imenso. Mas no Allianz Parque a bola jamais vai entrar com aquele encantamento: o encantamento infantil e adolescente. Quase que puro. No gol do Parque Antárctica também vivi meu sonho de jogar bola. Me imaginei chutando ali. Algumas vezes eu olhava um dos gols e ficava recordando: foi lá que Zapata bateu pra fora. Passou perto daquela trave. Fez esse caminho. Foi rasteira. Saiu. O Marcos correu pra cá, comemorando. Foi naquele lugar, depois, que Alex Mineiro foi artilheiro. Em 2008.

 

Eu olhei pra todos os cantos quando o Valdívia limpou todo mundo e venceu o goleiro Aranha. Cinco a zero. Foi a mesma reação quando tive o encontro com o Allianz, anos depois, em 2014, já como jornalista: olhei para todos os cantos. O time ainda comandado pelo Dorival Júnior foi lá treinar e conhecer a nova casa. Os jogadores entraram ao som do hino do Palmeiras. E eu me emocionei. Mas procurei e não achei o Palestra. Visualizei toda arquibancada e não me vi moleque ou adolescente por lá. Parecia que era outro local: mais bonito, mais moderno, mais espaçoso. Mas não parecia o Palestra. O Palestra das falsas promessas contratadas do interior, da fila, do fim da Parmalat. Tinha alguma coisa de diferente. Em mim e no lugar.

 

Meu avô nunca disse a palavra supimpa, mas adorava o time de 2008. Vimos juntos quase toda campanha. Chamava Valdivia de Valvidia. Nunca foi saudosista: chegou a achar, por exemplo, Alceu um grande jogador. Ele faleceu em 2013 e, portanto, não conheceu o estádio depois da reforma. Pensei nele quando vi o Allianz pela primeira vez. E também procurei por ele. Só fui encontrar hoje, dentro de mim, relembrando cada um dos cinco gols. O sorriso do meu avô estacionou naquelas redes antigas. E já faz dez anos.

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